Al Gore vai estar esta quinta-feira em Lisboa para falar sobre o tema das alterações climáticas e do papel da actividade humana no aquecimento global. O ex-vice-presidente dos EUA, que esteve durante oito anos na Casa Branca, durante a administração de Bil Clinton, tem-se empenhado numa campanha mundial de alerta para o problema.
O antigo dirigente do Partido Democrata foi braço direito de Clinton, entre 1993 e 2001. Nas eleições de 2000, tentou suceder-lhe, e empenhou-se na corrida pelo escritório mais importante de Washington. Mas, após um escrutino polémico - teve mais meio milhão de votos do que o republicano George W. Bush, mas perdeu na contagem do Colégio Eleitoral, com 266 contra 271 -, viu escapar-lhe a poltrona da sala oval.
PUB
A derrota, em vez de lhe retirar protagonismo, catalisou uma metamorfose que havia sido já indiciada pela sensibilidade que demonstrara relativamente às pastas ambientais, durante o tempo que esteve no poder. E Al Gore, o político, deu lugar a Al Gore, o activista. Operou-se a passagem para o outro lado da barricada.
O documentário «Uma verdade inconveniente», nomeado para os Óscares de 2007, foi o culminar de um processo de sensibilização para uma mudança de atitude política relativamente ao problema das alterações climáticas.
O reconhecimento do seu papel nesta luta tornou-se ainda mais expressivo ao ser nomeado, recentemente, como candidato ao Prémio Nobel da Paz 2007.
O seu activismo fê-lo viajar pelo mundo inteiro, desdobrando-se em conferências sobre o tema. Lisboa foi inscrita nesta rota de alerta com duas visitas (a primeira já amanhã, a segunda a 7 de Março).
Vontade política é um «recurso renovável»
Esta quarta-feira, o antigo vice-presidente dos EUA esteve em Madrid. As consequências do comportamento no homem no futuro do planeta estiveram no centro do seu discurso. «Temos que questionar-nos como queremos que a história nos recorde. Se como aqueles que falhámos e destruímos o planeta, ou como uma geração grande que teve valor para fazer mudanças difíceis», disse, citado pelo edição electrónica do jornal espanhol El Mundo.
«Temos tudo o que é necessário para salvar o planeta, excepto a vontade política, mas esta é um recurso renovável e nós, cidadãos, temos a responsabilidade de accioná-la», frisou.
Além de ser candidato aos Óscares, ao Nobel da Paz, Al Gore soube na sua visita a Espanha que também poderá ser distinguido com o Prémio Príncipe das Astúrias de Cooperação Internacional 2007.
PUB