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A «convicção democrática do PS»

Discurso de José Sócrates centrou-se na «mudança», no «futuro» e na certeza que «a esquerda conservadora» está ultrapassada

José Sócrates subiu este sábado ao palco do pavilhão do Multiusos em Guimarães depois de a ministra da Educação e o presidente do Governo regional dos Açores terem «aquecido» a plateia de cerca de 12 mil militantes e simpatizantes, vindos de várias partes do país.

Com os três desafios eleitorais de 2009 pela frente, Sócrates apresentou-se em consonância com o mote do comício - «A força da mudança» -, sublinhando as reformas do seu Governo e a convicção de que o PS pode voltar a ganhar com elas.

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Depois de uma «entrada» suave, o primeiro-ministro marcou a rentrée socialista com duros ataques à oposição, à esquerda e à direita, garantindo que o PS «não vai mudar o rumo» estabelecido em 2005.

Agradecendo o «apoio» dos militantes, Sócrates garantiu que «o PS só pode contar consigo próprio e com os portugueses» que votaram neste Governo. «Sabíamos que não iríamos encontrar em nenhuma outra força política nem vontade, nem coragem de mudança», atacou.

Guimarães, a capital socialista por um dia

José Sócrates surgiu perante os militantes já visivelmente emocionado: foi ovacionado de pé e recordou o congresso, exactamente no mesmo local, que há quatro anos o elegeu como secretário-geral do PS, para continuar nas duras críticas à oposição com o seu «doentio calculismo partidário», que coloca em primeiro plano «não o interesse do país, mas sobretudo a sede mesquinha de ganhar votos».

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«Mas os portugueses sabem distinguir essa politiquice de quem procura apenas votos fáceis à custa da oportunidade política. O PS é a única força de política capaz de propor e executar um verdadeiro projecto de reformas», afirmou.

José Sócrates passou a jogar à defesa para «lembrar que o PS soube honrar a sua tradição de liberdade e democracia». «Mesmo com maioria absoluta no Parlamento, fizemos uma reforma para garantir direitos da oposição e fiscalizar mais o Governo».

A «convicção democrática do PS» foi, aliás, uma das grandes marcas do discurso de José Sócrates, que fez questão de recordar as «marcas de democracia desta legislatura». «Para além da reforma do Parlamento, a quem se deve a lei da paridade? A quem se deve a lei de limitação dos mandatos? A quem se deve o fim das subvenções vitalícias dos políticos? Não, nada disto se deve aos que se queixam da democracia, que não sabem ser oposição».

Partidos da esquerda «estão sempre contra»

Com «as contas públicas estão em ordem», o primeiro-ministro congratulou-se na economia e finanças: «A verdade é que nós vencemos onde a direita teve um fracasso. Baixámos o défice, equilibrámos as contas, reduzimos as despesas. Esta vitória é mais importante porque é um tempo de incertezas e dificuldades na economia internacional».

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Sócrates virou, de seguida, à esquerda, afiançando que o PS agiu para «aqueles que mais precisam de um estado social». «Estranho que não tenhamos o apoio dos partidos à nossa esquerda. Estão sempre contra e estão sempre do lado errado da história. É uma esquerda conservadora, que nada tem para oferecer ao futuro do país».

A segurança social foi a «reforma da maior importância» que se seguiu. «Tirámos o sistema da situação financeira de grave desequilíbrio. Mantivemos este sistema garantido pelo Estado, público, como deve ser».

A reforma proposta pelo PSD, de «privatização parcial do sistema de segurança social», foi bastante criticada: «Obrigaria cada português a entregar um terço das contribuições a fundos privados que seriam aplicados nas bolsas de valores. Com esta instabilidade que vemos, quero fazer-lhes algumas perguntas: como é que justificam agora esta proposta?»

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