O grupo parlamentar do PS colocou em causa, esta segunda-feira, no arranque das audições na comissão de inquérito parlamentar sobre a alegada intervenção do Governo no negócio da compra da TVI, a isenção do deputado relator João Semedo.
Citando declarações do bloquista ao jornal «Público» desta segunda-feira, nas quais Semedo afirmou que «a intervenção existiu e toda a gente sabia», Ricardo Rodrigues (PS) levantou um incidente de suspeição.
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«O proposto relator desta comissão ter a convicção firme de que houve intervenção do Governo põe em causa a sua própria isenção», disse.
Para os socialistas, estas palavras «põem em causa a sua idoneidade para o exercício de relator». «Tudo indica que a convicção do relator será a que conduzirá a conclusão do seu relatório», acrescentou Ricardo Rodrigues.
Recorde-se que o PS se absteve na votação de João Semedo para relator a 30 de Março.
No entanto, perante a indignação dos outros grupos parlamentares, o PS não pretendeu uma nova votação do relator esta segunda-feira.
Semedo defendeu-se com declarações do próprio Ricardo Rodrigues à agência Lusa, nas quais o socialista afirmou que os documentos que chegaram à comissão de inquérito «confirmam a versão do primeiro-ministro relativamente ao conhecimento de que não teve do negócio que envolveu a PT e a TVI».
«Este é um pequeno incidente sem grande importância. Eu não sou como o primeiro-ministro, umas vezes oficialmente, outras oficiosamente. Eu sou 24 horas deputado do BE e não serão as minhas convicções a determinar a aprovação do relatório», referiu.
Pelo PSD, Pedro Duarte garantiu que não há «qualquer razão para suspeitarmos da idoneidade do deputado João Semedo, independentemente das suas convicções». «Estaremos aqui para avaliar o seu relatório», acrescentou.
Já o deputado João Oliveira garantiu que o PCP «não está disposto a entrar no jogo do PS, que está a tentar obstaculizar os trabalhos» desta comissão.
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