O PS defendeu que as respostas do primeiro-ministro à comissão de inquérito «são cristalinas», com a oposição a apontar «incongruências», mas uma segunda ronda de perguntas só será decidida após novas audições pedidas pelo PSD.
«As respostas do primeiro-ministro são cristalinas e respondem inteiramente às perguntas que foram feitas e não vejo que mais debate pode haver», afirmou o deputado do PS Vitalino Canas.
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O socialista considerou que as respostas deram «um panorama totalmente claro daquilo que foi a não intervenção do primeiro-ministro neste negócio».
No entanto, para o BE, «nem todas as respostas são cristalinas». «Acho que até há respostas de várias qualidades. Há respostas repetitivas, há respostas desmemoriadas, há respostas incongruentes e há respostas em que o senhor primeiro-ministro se reinterpreta a si próprio», apontou João Semedo.
Para o deputado do PCP João Oliveira, as respostas do primeiro-ministro «não surpreendem no tom e nos termos usados», fazendo «lembrar» as intervenções do PS na comissão, revelando ainda «uma falta selectiva de memória».
João Oliveira considerou «estranho» que o primeiro-ministro admita que tenha falado com Pina Moura sobre a linha editorial da TVI, «mas separando a sua qualidade de administrador da Media Capital».
«Tal como é estranho que separe o conhecimento formal e informal quando é confrontado se tem ou não conhecimento» da tentativa de compra da TVI, observou.
Do lado do CDS-PP, a deputada Cecília Meireles afirmou que «cristalino teria sido se o depoimento fosse presencial», criticando José Sócrates por «substituir-se aos deputados e tirar conclusões».
Para o PSD, o primeiro-ministro «insultou a comissão e desprezou o Parlamento» ao «tirar conclusões» na declaração que antecedeu as respostas, mostrando «nervosismo e receio» de que a comissão «se aproxime da verdade».
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