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PCP “não é força de suporte do Governo”

Líder parlamentar do PCP declarou partido "mantém independência e autonomia" para "retirar o máximo" e impedir "a política de direita"

O líder parlamentar do PCP declarou hoje que o seu partido "não se diluiu e não é força de suporte do Governo" do PS, "mantém independência e autonomia" para "retirar o máximo" e impedir "a política de direita".

"Não implicou a celebração de qualquer tipo de acordo de incidência parlamentar ou a constituição de uma pretensa maioria de esquerda. O PCP não está comprometido com o programa de Governo, não se diluiu e não é força de suporte do Governo. Mantém a sua independência e autonomia e toma suas decisões em função do que entende melhor servir os interesses dos trabalhadores e do povo", afirmou João Oliveira.

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No início do segundo dia do XX Congresso comunista, o deputado do PCP defendeu que "o quadro político confirma que a solução encontrada não é a do PCP e está condicionada pela atual correlação de forças e pelos compromissos e opções que o PS mantém, não correspondendo aos objetivos" comunistas de "rutura com a política de direita e a concretização de uma política alternativa, patriótica e de esquerda", frisando tratar-se de "um governo minoritário do PS com o seu próprio programa".

João Oliveira descreveu uma "realidade contraditória, em que as possibilidades de avanço, reposição e conquista de direitos enfrentam limitações e constrangimentos, que resultam dos compromissos e opções do PS em não romper com a política de direita, não enfrentar constrangimentos e condicionamentos externos e o domínio do capital monopolista".

"Vai-se tornando cada vez mais difícil para o Governo compatibilizar os constrangimentos internos e externos com uma política de reposição de direitos e resposta aos problemas dos trabalhadores e do povo", alertou.

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Segundo o presidente do grupo parlamentar do PCP, "a questão que coloca não é de prazos ou adivinhação de prazos do quadro político existente, mas da necessidade de dar resposta aos interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo e aos problemas do país".

"A questão fundamental que se coloca não é apenas a de evitar que PSD/CDS regressem ao poder, mas a de impedir que a sua política seja desenvolvida, seja pela mão de quem for, de PSD e CDS, seja pelo próprio PS", assegurou, garantindo que os comunistas vão "retirar o máximo desta relação de forças, conseguir tudo o que for positivo para trabalhadores e o povo".

João Oliveira “acorda” comunistas para “a luta” 27 vezes

Mas o líder parlamentar do PCP, João Oliveira, recorreu 27 vezes aos substantivo e verbo "luta" e "lutar", numa das intervenções da manhã, "acordando" plateia e bancadas do XX Congresso.

O deputado comunista, num discurso de escassos nove minutos e meio, também "arrancou" uma vaia ao antecessor de Marcelo Rebelo de Sousa, Cavaco Silva, na Presidência da República, ao acusá-lo de ter prolongado artificialmente a vida ao Governo PSD/CDS-PP, depois derrotado pela "conjugação entre a luta de massas e a ação institucional" do PCP.

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"Durante anos, ouvimos os ‘papagaios' do capital anunciarem a morte do nosso partido ou remeterem-no para segundo plano, dizendo que era um partido do contra, que não contava para nada. Repetiram as ideias falsas das eleições para primeiro-ministro, discursos de inevitabilidades... Muitos desses, só há um ano, descobriram que, afinal, as eleições servem para eleger deputados e que todos os deputados do PCP, da CDU, servem para defender os interesses dos trabalhadores e do povo", disse.

Em apoteose, o presidente do grupo parlamentar do PCP prometeu: "continuaremos a lutar pela construção de uma sociedade socialista" e citou o histórico secretário-geral Álvaro Cunhal, classificando como "justa, empolgante e invencível a causa" pela qual o partido luta.

"Viva a luta dos trabalhadores!", Viva a Juventude Comunista Portuguesa! Viva o Partido Comunista Português!", gritou, empolgando os cerca de 3.000 delegados e militantes presentes no Complexo Municipal dos Desportos “Cidade de Almada”.

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Segundo João Oliveira, "foi a luta que conduziu ao isolamento político e social do Governo PSD/CDS, sua derrota eleitoral e condenação da sua política, determinando a alteração da correlação de forças na Assembleia da República"

"Ao longo de seis anos, os trabalhadores e o povo desenvolveram uma intensa luta contra a política dos PEC (Plano de Estabilidade e Crescimento) e do ‘pacto de agressão' subscrita por PS, PSD e CDS e executada pelo Governo PSD/CDS. Foi esta luta de resistência, em condições muito difíceis e contrariando apelos à resignação e conformismo, que conduziu à derrota do Governo PSD/CDS-PP", defendeu.

O deputado comunista assegurou que "dar o golpe final no Governo PSD/CDS significou dar expressão institucional à luta e concretizar um dos seus objetivos primeiros" e que tudo foi feito "em coerência com o percurso de intervenção do PCP, respeitando o compromisso de sempre com os trabalhadores e o povo".

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"Apesar de derrotados, tendo mesmo perdido a maioria absoluta, PSD e CDS preparavam-se para se manter no Governo, suportados por pressões nacionais e internacionais grande capital e apadrinhados pelo então Presidente da República, Cavaco Silva, que ainda procedeu à sua nomeação... para um Governo de 10 dias", descreveu.

Mário Nogueira recusa que movimento sindical esteja em silêncio

O sindicalista e dirigente do PCP Mário Nogueira congratulou-se com os "passos positivos" dados no último ano em favor da escola pública e recusou que o movimento sindical esteja silenciado na atual conjuntura política.

Intervindo no segundo dia do XX Congresso do PCP, o dirigente da Federação Nacional dos Professores (FENPROF), considerou que foram dados "no último ano passos positivos", como a gratuitidade dos manuais escolares e o corte ao financiamento a colégios privados que se alimentavam de dinheiros públicos.

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Bastante aplaudido pelos delegados, Mário Nogueira recusou "o discurso" segundo o qual o movimento sindical está em silêncio, advertindo que as críticas partem dos que quiseram silenciar os sindicatos no passado.

"Mentem os que o dizem mas independentemente disso uma coisa é certa, as lutas que o movimento sindical travará é ao movimento sindical e aos trabalhadores que compete decidir", disse.

Mário Nogueira, que integra a Organização Regional do PCP/Coimbra, disse saber "a boleia que a direita quer apanhar" nas lutas dos sindicalistas, advertindo que "a luta continua mas a direita vai ter que ir a pé".

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