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A deputada socialista Inês de Medeiros disse esta quarta-feira que o PS não toma qualquer parte no conflito entre a administração da RTP e o Conselho Geral Independente e responsabilizou o Governo PSD/CDS-PP «pela confusão».
Questionada sobre a proposta do Conselho Geral Independente para a destituição da administração da RTP, Inês de Medeiros disse que o PS «foi bastante crítico da administração da empresa» e continua «muito preocupado com a forma como está a ser gerida», mas «não toma qualquer parte neste conflito».
«O que nós lamentamos é que na origem desta confusão, mais uma vez, esteja quem? O Governo», disse a deputada, acrescentando que «não faz a avaliação» sobre se a administração atual tem condições para continuar apesar de admitir que o Conselho Geral, órgão supervisor, tem essa atribuição.
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BE condena qualquer ingerência na RTP«Na base deste conflito está a ação do próprio Governo. É o Governo que mistura a questão do plano estratégico com a questão da compra dos jogos da liga dos campeões», afirmou, manifestando estranheza pela posição já expressa, em comunicado, pelo gabinete do ministro da tutela, Poiares Maduro.
«A nossa posição hoje, e sempre foi, é da maior crítica e intransigência em relação a qualquer interferência direta ou indireta do Governo ao nível da RTP», disse a deputada Mariana Mortágua, aos jornalistas, no parlamento.
Para o Bloco, o conselho independente, que pede a demissão do conselho de administração de Alberto da Ponte, foi «a forma do Governo contornar as obrigações legais que tinha de manter a RTP como um canal independente e controlar, de forma indireta, as decisões tomadas pela RTP».
«Sempre fomos dos mais críticos desta administração. A demissão de Alberto da Ponte é uma boa notícia se isso significar uma aposta no serviço público e uma aposta na RTP. Caso seja para manter a mesma política de destruição do serviço público de rádio e televisão em Portugal, então, é mais do mesmo», argumentou.
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Mariana Mortágua frisou que o conselho independente é, afinal, «um conselho dependente do Governo».
PCP: CGI «de independente não tem nada»«Tendo em conta este caráter de dependência que tinha o conselho em relação ao Governo, não é nenhuma surpresa que o conselho independente tenha pedido a demissão de Alberto da Ponte não passa daquilo que o Governo veio dizer e tornar público durante a última semana», disse.
«O que sucedeu hoje veio ao encontro do que o PCP disse quando foi criado o Conselho Geral Independente é que de independente ele não tinha nada. O que o Conselho Geral Independente faz é seguir as orientações do Governo», afirmou João Ramos, em declarações aos jornalistas, no parlamento.
«Não é por acaso que é o ministro Marques Guedes que primeiro fala do assunto, no incómodo do governo com a posição do Conselho de Administração da RTP», sobre a compra dos direitos de transmissão dos jogos da Liga dos Campeões.
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O anúncio da destituição é o culminar de um braço-de-ferro entre o CGI e administração da RTP e acontece um dia depois da equipa liderada por Alberto da Ponte ter afirmado que iria continuar a exercer o seu mandato na defesa exclusiva dos interesses da empresa e que pretendia «continuar a cooperar» com o órgão de supervisão.
Na segunda-feira, o CGI anunciou o chumbo, pela segunda vez, do projeto estratégico apresentado pela administração da RTP, acusando-a ainda de ter violado o princípio da lealdade institucional e o dever de colaboração com o órgão supervisor, por não ter informado sobre os direitos da Liga dos Campeões de futebol, uma vez que considerava que o assunto também é de «natureza estratégica».
O mandato da administração de Alberto da Ponte termina em setembro de 2015.
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