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Sampaio: o momento é de «emergência nacional»

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Ex-Presidente da República exorta «agentes políticos» a irem «além do possível» para impedirem uma crise

O ex-Presidente da República Jorge Sampaio exortou os «agentes políticos» nacionais a irem «além do possível» para impedirem que o debate parlamentar sobre o Programa de Estabilidade e Crescimento (PEC) precipite o país «numa situação de total imprevisibilidade».

Em declarações à agência Lusa, Jorge Sampaio sublinhou que o momento é de «emergência nacional».

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«Tenho acompanhado o desenrolar da situação em Portugal com imensa preocupação e a maior atenção possível e, na véspera de um debate parlamentar sério, complexo e grave, queria exortar os agentes políticos a irem além do que é possível neste grave momento, que considero de emergência nacional, nas vésperas de um Conselho Europeu que pode ser fundamental para nós, deixemos quaisquer agravos recentes ou anteriores para regular a seguir», disse.

Nos Emirados Árabes Unidos, onde se encontra ao serviço das Nações Unidas, o ex-chefe de Estado aludiu ao debate de quarta-feira na Assembleia da República sobre a última versão do PEC.

«O debate de amanhã não pode precipitar o país, em meu modesto entender, numa situação de total imprevisibilidade sobre a reacção que pode afectar por parte das finanças internacionais os mercados como agora se diz, o desenrolar das nossas capacidades de financiamento, a gravidade que pode representar para todos o estancamento da capacidade de financiamento para a nossa economia», referiu.

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No entender de Jorge Sampaio, todos têm a responsabilidade de «dar uma impressão de capacidade colectiva» e de «determinação colectiva», «num momento que é o mais dramático possível do ponto de vista financeiro».

«O meu apelo é a todos os agentes políticos, em primordial importância aos que estarão na AR, para resolver ou tentar resolver a situação e é um apelo que eu lhes faço para poderem ultrapassar este momento e ganhar espaço para que possamos avançar no quadro europeu em melhores condições», vincou, defendendo que Portugal não pode chegar ao Conselho Europeu do final da semana «numa situação de desconjuntamento colectivo».

Apesar do actual impasse, Sampaio considerou «sempre possível» um entendimento entre Governo e oposição.

«É sempre possível porque o curto prazo em que as finanças portuguesas são o que são, é algo a meu ver completamente imprevisível, com uma forte, forte, forte probabilidade de ser muito grave, de ser uma emergência de difícil recuperação se não mesmo impossível no curto e no médio prazo e nós temos que continuar a crescer, para além das contas públicas que têm que estar em ordem», disse.

Para o ex-Presidente, «não há alternativa neste momento a pôr as contas em ordem»: «Os nossos parceiros europeus é isso que exigem de uma forma determinada e portanto temos que ultrapassar este momento, ganhar credibilidade e fazer aquilo que ando a reclamar há mais de um ano e meio: compromissos em relação a dossiers a dois ou três anos da vida nacional que precisam desses compromissos», preconizou.

Jorge Sampaio escusou-se ainda a comentar o papel do Presidente da República na crise política - nos últimos dias alguns responsáveis políticos têm defendido um papel mais activo de Cavaco Silva.

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