António Costa tem lembrado a sua gestão da câmara de Lisboa como argumento de que governará bem o país se vier a ser primeiro-ministro. Passos Coelho diz que foi o Estado que ajudou a autarquia a reduzir a sua dívida. Como? Através da compra dos terrenos do aeroporto. O que é que isto tem a ver com as legislativas do dia 4 de outubro?
Já no frente-a-frente televisivo, o assunto tinha sido discutido entre os dois como troca de argumentos sobre quem gere melhor a dívida. Costa voltou a acusar Passos, agora no debate nas rádios, de ter aumentado a do país em 30 mil milhões de euros nestes quatro anos e congratulou-se por ter reduzido a dívida da câmara da capital em mais de 40%.
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"Fala muito da dívida, desculpar-me-á. A única coisa que tem a dizer sobre a dívida é que aumentou, 30 mil milhões de euros nestes quatro anos, não lhe dica bem apresentar-se como bom gestor da dívida. Quem dera a todos que défice pudesse ficar nos 2,7%. A melhor previsão é 3,2%. Se me pergunta se fico satisfeito, não fico. A última vez que tivemos défice abaixo de 3% foi em 2007, estava eu no Governo", começou por dizer Costa.
Passos Coelho riu-se e o líder do PS atirou:
"Antes de rir . também lhe devem ter dito para rir - e antes e de ser enervar, digo-lhe que o défice, com o fracasso do Novo Banco, vai ficar igual ao défice de 2011. Depois de tudo o que impôs arrisca-se a ficar com um défice igual ao que começou".
"Deixe-me contrapor a esta retórica daquilo que realmente aconteceu em Portugal. Não há nenhum governo que não possa controlar a dívida, sem o diminuir défice. É muito bonito vir agora com esta retórica, outra é estar no governo. A sua retórica sobre a gestão da dívida em Lisboa é vazia, não fosse o governo a assumir essa divida com os terrenos do aeroporto".
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O contra-ataque de Passos: "Há uma insistência nua matéria que não é verdadeira e penso que não pode ficar sem resposta. O contrato feito entre câmara e terrenos permitiu que fosse o governo a assumir responsabilidade da dívida de Lisboa de 277 milhões de euros. O senhor não recebeu o dinheiro, não recebeu um tostão, recebeu 9,5 milhões, reduzindo 43% a dívida"
O ainda primeiro-ministro disse que mantém as estimativas de que Portugal consiga efetivamente sair do procedimento de défices excessivos, ou seja, ter um défice abaixo de 3% no final do ano. "E somos nos que estamos a fazê-lo". Haverá eleições daqui a duas semanas, pelo que essas contas finais serão já anunciadas pelo próximo governo.
E se o último debate ficou marcado pela sombra de José Sócrates, com Passos Coelho a invocá-lo mais de 10 vezes, desta vez nem uma referência ao ex-primeiro-ministro, que se encontra em prisão domiciliária, sem pulseira eletrónica e com vigilância policial, no âmbito da operação Marquês.
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