O presidente do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, Jorge Alves, reivindicou esta segunda-feira a colocação de mais efetivos na prisão de Évora, criticando os Serviços Prisionais por não terem cumprido «a promessa» de reforçar o pessoal.
«Já tínhamos tido a promessa de que a Direção-Geral dos Serviços Prisionais iria transferir» para Évora «um ou dois guardas no início de janeiro», mas «o que acontece é que hoje é dia 26 e não há perspetiva de colocarem lá guardas», disse.
Segundo Jorge Alves, «infelizmente, foi mais uma promessa que a Direção-Geral não cumpriu».
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O presidente do sindicato que representa os guardas prisionais falava à agência Lusa na sequência da visita que uma delegação sindical efetuou esta segunda-feira à prisão de Évora, onde o ex-primeiro-ministro José Sócrates se encontra em prisão preventiva.
O sindicalista explicou ter ido ouvir os associados do sindicato quanto «à atividade que têm desempenhado e aos obstáculos que lhes têm sido colocados no cumprimento das normas e da lei em vigor para o sistema prisional».
Neste âmbito, frisou Jorge Alves, a «enorme falta» de guardas prisionais é um dos principais problemas nesta prisão e «afeta muito claramente o pessoal no desempenho das funções», além de fazer com que «a segurança» do estabelecimento fique «cada vez mais fragilizada».
O Estabelecimento Prisional (EP), disse, «tem 22 guardas, mas, na prática, são apenas 20, porque dois estão praticamente de baixa permanente», quando «devia ter no mínimo 30 guardas».
«Assim, acontece o que aconteceu hoje, em que, devido a uma diligência para o exterior, ficaram quatro guardas no estabelecimento. No caso de ter havido uma emergência, ficariam dois guardas na cadeia para um total de 48 reclusos.»
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Questionado pela Lusa a propósito do processo instaurado pela Inspeção-Geral dos Serviços da Justiça com base numa carta do sindicato, que denunciou tratamento de favor a José Sócrates na prisão de Évora, Jorge Alves disse não ter conhecimento de qualquer novidade.
«Da parte da Inspeção-Geral, o pessoal ainda não foi contactado e não temos conhecimento de qualquer ação ou movimento junto do EP para perceber o que é que está a acontecer e os privilégios que estão a ser dados a uma ou outra pessoa.»
O sindicato disse esperar que não se faça «uma caça às bruxas», insistindo que «a responsabilidade não é dos guardas», e afiançou que «alguns dos privilégios mantêm-se, concretamente o facto de entrarem visitas sem estarem registadas e de as botas ainda se encontrarem no interior do EP».
«Mantêm-se critérios diferenciados em relação a outras pessoas.»
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