O Governo português vai acolher alguns dos refugiados a bordo do Lifeline. A confirmação foi feita pelo ministro da Administração Interna que está a ser ouvido na Comissão de Assuntos Constitucionais.
Falando a propósito da crise humanitária gerada pelo fenómeno das migrações, durante a audição na comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, Eduardo Cabrita indicou que o navio `Lifeline´ vai poder atracar hoje em Malta, tendo o Governo local pedido a Portugal e a outros países para acolher os imigrantes que estão a barco.
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"Face à situação de crise humanitária que há, neste momento, no Mediterrâneo, Portugal mantém a sua coerência solidária. O governo de Malta pediu-nos ajuda para acolher o navio Lifeline que está há algumas semanas a navegar no Mediterrâneo com centenas de pessoas a bordo. O governo português entendeu, em acordo com alguns países europeus, que o navio aportaria, esta noite, em Malta e que os refugiados que estão a bordo serão redistribuídos pelos vários países, entre os quais Portugal. E estamos já, neste momento, a tratar do procedimento necessários para que (...) alguns desses refugiados possam ser acolhidos em Portugal", afirmou Eduardo Cabrita.
O navio Lifeline está ao largo da ilha de Malta e tem a bordo 234 pessoas, incluindo 14 mulheres e quatro crianças (duas com menos de dois anos e um bebé de quatro meses), que resgatou perto da costa da Líbia. Há vários dias que tenta obter sem sucesso autorização para desembarcar os migrantes.
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O eurodeputado do PCP João Pimenta Lopes passou, com mais três eurodeputados alemães e um espanhol, uma noite a bordo da embarcação da organização Lifeline, alertou na segunda-feira para a possibilidade de agravamento da situação já crítica em que estão os 234 migrantes, devido às alterações do mar previstas.
Durante a audição parlamentar, motivada por requerimentos do PSD e do CDS/PP relacionados com os meios aéreos de combate a incêndios e limpeza de terrenos, Eduardo Cabrita salientou que Portugal é um dos países que melhor integra os imigrantes, ocupando o segundo lugar na lista europeia.
Ainda relativamente à questão das migrações, o ministro da Administração Interna garantiu que Portugal participará com "responsabilidade e solidariedade" na resolução à escala europeia daquele problema.
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Eduardo Cabrita referiu também que Portugal foi o sexto país que recebeu mais imigrantes vindos da Grécia e de Itália, tendo colocado em prática vários programas de recolocação.
Adiantou igualmente que Portugal está a preparar um outro programa para receber refugiados de países terceiros, sendo disponibilizada aos interessados informação útil sobre Portugal como país de acolhimento.
França também vai acolher algumas dezenas de migrantesO Presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou hoje que o seu país vai acolher “algumas dezenas” de migrantes que viajam a bordo do barco homónimo da organização não-governamental alemã Lifeline, quando este atracar em Malta.
“A França vai acolher pessoas que estão a bordo do Lifeline, quando chegar a um porto europeu (…) Falamos de algumas dezenas de indivíduos. Já sei que é limitado, mas é assim que funciona a solidariedade europeia”, afirmou Macron no Vaticano, onde se reuniu com o papa Francisco.
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Macron recordou que se trabalha “desde há dias” para que haja uma “solução europeia” para o problema.
Além da sua reunião com o papa, Macron reuniu-se também, de forma “privada”, na segunda-feira, com o chefe do governo italiano, Giuseppe Conte, com quem discutiu a situação na zona euro e as migrações.
“Vivemos uma situação em que não se pode pensar que uma pessoa consegue resolver os problemas”, avisou Macron, aludindo às críticas dos países do leste europeu e de Itália à gestão europeia das migrações.
O Presidente francês insistiu em que “não há” uma crise migratória, mas sim uma “crise política” sobre como resolver esta situação.
“Há duas visões que se opõem. Uma que diz que a Europa é ineficaz e que a única solução é a nacional: ‘Não no meu país’. E outra que é progressista e acredita na solidariedade interna”, acrescentou.
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