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Partidos empurram para revisão de lei hipótese de politécnicos terem grau de doutor

PSD manifestou que está “empenhado em refletir” sobre esta questão. PS frisou que as instituições não têm de ter todas mas mesmas funções

O PS e o PSD remeteram esta quarta-feira para uma futura revisão da lei de bases dos sistema educativo a possibilidade de os institutos politécnicos outorgarem o grau de doutor.

Ao longo dos últimos anos tem havido uma evolução no sentido dos politécnicos poderem vir a outorgar o grau de doutor. É inevitável, mais cedo ou mais tarde. Gostávamos que fosse mais cedo”, defendeu perante a comissão parlamentar de educação o porta-voz dos presidentes dos conselhos gerais destas instituições Pedro Lourtie.

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O PSD manifestou que está “empenhado em refletir” sobre esta questão.

Não estamos fechados, teremos uma posição vincada quando apresentarmos uma proposta de revisão da lei de bases”, disse à deputada social-democrata Neuza de Sena.

O PS frisou que as instituições não têm de ter todas mas mesmas funções e sugeriu que a Agência de Acreditação e Avaliação do Ensino Superior (A3ES) possa ter a função de avaliar se uma instituição de ensino tem ou não capacidade para conferir o título académico defendido pelos politécnicos.

Temos de refletir nisto. Isso só pode ser feito mexendo na lei de bases”, afirmou o deputado socialista Porfírio Silva.

A deputada do Bloco de Esquerda Joana Mortágua considerou que se criou uma injustiça no sistema, com as universidades a pediram uma autorização para criar cursos de cariz politécnico, enquanto os institutos não podem conferir o grau de doutor.

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A deputada disse que o sistema binário existente em Portugal (universidade e politécnico) já não existe como foi originalmente criado, pelo que admitiu uma redefinição do modelo: “na ocasião o BE estará disponível para debater esta questão”.

O PCP, através da deputada Ana Mesquita, lembrou que já apresentou propostas nesta matéria e que concorda com a atribuição do título de doutor aos alunos dos Politécnicos.

“Parece-nos uma reivindicação justa e adequada”, sublinhou.

O CDS, pela voz de Ana Rita Bessa, lembrou a missão dos politécnicos de ligação às empresas e de um ensino mais prático, considerando que estas instituições têm um papel importante na base de recrutamento para o ensino superior.

Os representantes dos conselhos gerais defenderam também que os politécnicos possam adotar, a nível de promissão internacional, a designação de universidades de ciências aplicadas.

Nesta matéria, o PS considerou que não deve ser resolvido “um problema substancial com uma alteração semântica”, o BE não se opôs a que se considere uma designação mais internacional, o CDS lembrou que há várias “institutos de topo”, como o de Milão, que usam a designação politécnico e o PCP manifestou dúvidas sobre se é este o melhor caminhos para a valorização pretendida.

A possibilidade de outorgar doutoramentos é há muito defendida pelo Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), mas a tutela não prevê para já alterações nesta matéria.

Numa conferência sobre avaliação e acreditação no ensino superior, o presidente da A3ES, a agência com essa missão em Portugal, defendeu a possibilidade de os politécnicos ministrarem doutoramentos, mas apenas de caráter profissional, em ligação com as empresas, "desde que tenham capacidade para o fazer" e haja "uma avaliação exigente".

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