Já fez LIKE no TVI Notícias?

«O vosso manifesto chega bastante atrasado»

Relacionados

Presidente da JSD e politóloga respondem a manifesto liderado por Mário Soares

O presidente da JSD, Duarte Marques, e a jovem politóloga Ana Margarida Craveiro, responderam ao manifesto lançado esta semana, encabeçado por Mário Soares, considerando que este chega «bastante atrasado» e propõe «que tudo fique na mesma».

Numa carta aberta ao antigo Presidente da República e aos restantes autores do manifesto «Um Novo Rumo», citada pela Lusa, Duarte Marques e Ana Margarida Craveiro acusam-nos de não avançarem nenhuma ideia para mudar o «velho paradigma» que favoreceu o endividamento, as desigualdades e o empobrecimento do país.

PUB

«Na nossa opinião, o vosso manifesto chega bastante atrasado. Por isso, perguntamos hoje onde estavam V. Exas nos últimos anos, quando o endividamento aumentava apesar de a nossa economia estar estagnada. Onde estavam quando o nosso país se assumia como o campeão da desigualdade e último classificado na mobilidade social? Onde estavam quando o crescimento económico de Portugal estagnou, mas os investimentos megalómanos não paravam de aumentar?», escrevem.

«Onde estavam quando se assinaram contratos ruinosos que endividaram as gerações futuras dos próximos 50 anos? Onde estavam quando a nossa dívida líquida externa se tornou a maior do mundo inteiro?», perguntam ainda.

Duarte Marques, de 30 anos, licenciado em relações internacionais, e Ana Margarida Craveiro, de 29 anos, que se está a doutorar em ciência política, questionam qual é o «novo paradigma» reivindicado pelo manifesto encabeçado por Mário Soares.

«Sabemos que querem um paradigma diferente. Mas qual? Fica apenas a desconfiança de que o que pretendem é apenas manter o mesmo paradigma, o velho paradigma que nos trouxe até aqui», afirmam, acrescentando: «Contra isso, sim, protestamos e nos indignamos. Protestamos, sim, contra um paradigma de governação que está comprovadamente ultrapassado, esgotado e que não é sustentável. Que conduziu o país à sua crise actual e comprometeu o nosso próprio futuro».

Por outro lado, o presidente da JSD e a politóloga referem que «uma boa parte» do caminho que está a ser seguido foi acordado internacionalmente, «negociado pelo Governo PS e sufragado pelos restantes partidos do arco governativo», e observam: «Parece, pois, que muitos na família socialista se comprometeram com algo que já esperavam não ter de cumprir».

«Hoje, dizemos que não basta apelar ao passado. Se queremos manter as conquistas, se queremos manter o que temos, é preciso mudar alguma coisa. Queremos mais, queremos um país sustentável que olha para o futuro sem medos. Não queremos um futuro sacrificado, queremos um futuro com confiança. É preciso mudar. Reformar o país e as suas instituições é uma missão dura e difícil, mas é o único caminho com futuro», rematam.

PUB

Relacionados

Últimas