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Soares diz que Seguro não devia ter festejado vitória como o fez

Histórico socialista coloca vantagem nas eleições europeias entre aspas

O ex-Presidente da República Mário Soares admite que o resultado do PS nas eleições europeias representou «uma vitória de Pirro», que «não deveria ter sido aclamada com o entusiasmo com que o seu líder o fez».

No seu habitual artigo de opinião no «Diário de Notícias» (DN), o ex-chefe de Estado e líder histórico dos socialistas analisa os resultados das eleições para o Parlamento Europeu, que deram a vitória ao PS com cerca de quatro pontos de vantagem sobre a aliança PSD/CDS-PP, e defende que o Presidente da República, Cavaco Silva, deve demitir o Governo.

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Depois de recordar que os portugueses responderam ao apelo ao voto de Cavaco Silva com a «maior abstenção de sempre», Soares adverte que o PS não deve exorbitar o resultado de domingo, chegando mesmo a colocar entre aspas a palavra «vitória».

«Mas a 'vitória' do PS, infelizmente, foi uma vitória de Pirro... Isto é: que não devia ter sido aclamada com o entusiasmo com que o seu líder o fez», acentua o histórico dirigente socialista, que esteve ausente da campanha eleitoral para as Europeias, aparentemente por ter sido convidado já na reta final.

Para o ex-chefe de Estado, «o povo falou claro» ao dizer que «não quer a direita que está no poder».

«Mas também quer que o PS dê expressão política ao descontentamento popular», alerta o ex-Presidente, chegando a citar palavras de António Costa, presidente da Câmara de Lisboa e potencial adversário de António José Seguro na disputada da liderança do PS, lamentando que «à derrota histórica da direita não tenha correspondido uma vitória histórica do PS».

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Mário Soares questiona-se sobre o que fará Cavaco Silva após a derrota dos partidos do Governo. «Vai fazer mais uma vez orelhas moucas? E passar adiante como se nada fosse», interroga-se.

«O Presidente da República não pode deixar de falar e de encontrar uma saída para a terrível crise em que Portugal está e continua com a austeridade que mata, como diz o papa Francisco. Crise acrescida agora com uma situação de impasse político», escreve.

Depois de alertar que «o Presidente está a pouco tempo de ainda poder resolver, em parte, o mal que este Governo tem feito a Portugal e aos portugueses», Soares volta a pedir a Cavaco Silva para demitir o Governo.

«Lembre-se de que sairá muito mal da cena política, continuando ainda como Presidente, sem ter poder para que possa ajudar ainda a salvá-lo, um pouco, das terríveis consequências da política deste Governo. É preciso que o demita antes. Se não o fizer, terá um péssimo fim. Quem o avisa, seu amigo é», sublinha Mário Soares, que ainda felicita Marinho Pinto, o cabeça de lista do MPT, pela eleição de dois eurodeputados.

Os resultados finais indicam que o PS foi o partido com mais votos nas eleições europeias, elegendo oito deputados, enquanto a Aliança Portugal (PSD/CDS-PP) elegeu sete, três para a CDU (PCP-PEV), dois para o Partido da Terra (MPT) e um para o Bloco de Esquerda.

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