Quando Vital Moreira entrou esta manhã na escola EB 2/3 Paulo Quintela em Bragança, o silêncio no pátio principal, deserto, sugeria que a greve de professores iria comprometer a visita do cabeça-de-lista do PS às eleições europeias. Pouco depois, uma funcionária avisava: «Eles já vêm aí, já vai haver barulho». Vital foi entrando em algumas salas, com surpresa dos alunos, que depois do toque de saída se arrastaram numa torrente frenética atrás do constitucionalista, que ia distribuindo e autografando livros. Parecia uma estrela de televisão. Mas a televisão era a estrela.
«Olá mãe». O grito repetia-se, sobrepunha-se, e fazia ricochete pelas paredes da escola. «Olha a RTP, a SIC e a TVI!», gritava um aluno, enquanto os outros seguiam as câmaras. E como as objectivas se colavam a Vital Moreira, os adolescentes seguiam-no. Depois, chegaram livros. Muitos livros «Nós, Europeus». Vital distribuía-os em golfadas. Os alunos folheavam-nos, exibiam-nos e voltavam para um autógrafo. E o surpreendido passou a ser Vital.
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É certo que esta segunda-feira estiveram no jantar-comício de Fiães cerca de 500 pessoas, mas fora um acto organizado. Em Ovar, circulou pelas ruas, mas seguiu-o apenas a comitiva que trazia. Só esta manhã a campanha venceu a timidez em locais públicos. Apesar dos seguidores desta manhã só poderem votar nas próximas europeias, na melhor das hipóteses, e estarem mais interessados em enviar uma mensagem para casa através dos noticiários televisivos do que no candidato socialista. O meio era claramente a mensagem.
Greve, mas pouco...
Numa escola que a greve parece não ter afectado muito, a passagem do candidato pela sala de professores foi discreta. Vital atravessou-a quase sem deter o passo, os docentes continuaram sentados. «Não fiz greve. Mas não concordo com as alterações ao Estatuto da Carreira Docente. Vamos ver. Vai haver uma próxima manifestação, vai haver eleições, estamos todos à espera», disse Maria Lopes aos jornalistas.
Já de partida, à porta da escola, Vital Moreira foi questionado sobre se tinha alguma mensagem para professores. «O grande instrumento de realização dos professores é ter uma escola qualificada, que satisfaça os objectivos que a escola pública deve ter, formar alunos, formar caracteres, formar personalidades», respondeu. Sobre a oportunidade de visitar uma instituição de ensino em dia de protesto, adiantou: «Não temos indicação prévia do calendário dos protestos dos professores».
VEJA A REACÇÃO NA ESCOLA
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