Armando Vara reafirmou esta noite a sua inocência em relação aos crimes de que é acusado. Em entrevista à RTP, o arguido no processo «Face Oculta» disse que não pode ter havido escutas das suas conversas telefónicas com Manuel Godinho para pedir 10 mil euros porque nunca pediu 10 mil euros a ninguém. «Não pode haver provas daquilo que é falso», afirmou.
O arguido diz ainda que as acusações são «raciocínios e criações mentais» do quem está à frente do processo e considera «inadmissível que se faça uma acusação com base num conjunto de indícios».
PUB
Segundo Armando Vara, o encontro que teve com Manuel Godinho na sede do BCP foi «obra do acaso». «É verdade que não estava previsto Manuel José Godinho, [empresário de sucatas], ir ao BCP porque o encontro não era comigo era com o arguido Paiva Nunes [responsável pela EDP Imobiliária]», mas como «não dava com o endereço da EDP e telefono-me para saber onde era», acrescentou.
Vara disse que sempre se relacionou com Manuel Godinho, pensando «tratar-se de uma pessoa de bem» e que todos os arguidos do caso «Face Oculta» são inocentes até que se prove o contrário. «O facto de ter um processo na justiça não faz ninguém criminoso», sublinhou.
Sobre as escutas que o envolvem e a José Sócrates, Vara afirmou que «conversas privadas são privadas e privadas devem continuar», recusando-se fazer um comentário sobre o que foi conversado com o primeiro-ministro.
Mas admite ter recebido uma carta anónima a dizer que o telefone de José Sócrates estava sob escuta. «Recebi em finais de Maio, princípios de Junho, uma carta que considerei anónima e a que não dei grande importância. Dei-lhe tanta importância que ela estava na gaveta da minha secretária onde os inspectores da PJ a encontraram. A carta dizia para avisar o senhor Primeiro-ministro que o telefone estava sob escuta. Não avisei José Sócrates, nem lhe falei disso. E eu não mudei de telemóvel», afirmou.
PUB