Francisco Louçã e Fernando Nobre já estiveram do mesmo lado, mas pelos vistos o apoio do presidente da AMI ao BE nas eleições europeias já foi esquecido. Pelo menos é o que se pode retirar das páginas do Facebook de ambos.
Esta sexta-feira, o líder do Bloco de Esquerda escreveu que «Margarida Pinto Correia, porta-voz da candidatura presidencial de Fernando Nobre, lançou um apelo a Passos Coelho, novo presidente do PSD, para que esse partido apoie a candidatura de Nobre», referindo até que o PPM Açores «já declarou esse apoio».
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«Pensava eu que um candidato independente não pede apoio de partidos e garante sempre a sua autonomia completa», disse.
Nos comentários ao seu post, várias pessoas criticam a atitude de Louçã, pelo que o bloquista se defende: «É simplesmente um facto. E uma orientação errada, na minha opinião. Porquê pedir o apoio do PSD?»
«É exactamente esse o meu conselho amigo a qualquer candidato que queira preservar a sua independência: não seja condicionado por nenhum partido. E escolha separar as políticas de esquerda e direita, quem afirma que a direita e a esquerda são iguais tem pouca atenção ao que se passa no país», acrescentou.
Quem não gostou nada destas palavras foi o próprio Fernando Nobre, que lhe respondeu este sábado pela mesma via, através de um comunicado da sua candidatura com o título «Francisco Louçã falta à verdade».
O candidato às presidenciais escreve que o bloquista «mentiu» e negou o pedido de apoio a Passos Coelho. « Não deixa de ser significativo que Louçã, nervoso e desorientado, venha, com esta mentira, aliar-se ao conjunto de falsidades e provocações que, nos últimos dias, têm sido dirigidas à candidatura de Fernando Nobre. Sublinhe-se que aquelas provêm de sectores partidários que, por força do oportunismo político poderão, inevitavelmente, vir a adoptar e partilhar o mesmo candidato presidencial que Louçã já perfilhou», afirmou, numa alusão a Manuel Alegre.
Nobre acusa mesmo Louçã de «degradar» o debate político com os «métodos típicos das centrais de desinformação».
«Peço que a campanha para a Presidência da República se paute pela elevação e pela discussão de propostas e não por ataques rasteiros, insinuações torpes e insultos como aqueles de que tenho sido alvo. Onde está o respeito pela cidadania? Onde está a política dos valores? O povo português saberá julgar», acrescentou o presidente da AMI.
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