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«Fontão não pode ficar»

Bloco e PCP indignados com o facto «escondido» pelo vice-presidente

José Sá Fernandes, vereador do Bloco de Esquerda da Câmara Municipal de Lisboa (CML), defendeu em declarações ao PortugalDiário que o vice-presidente da autarquia, Fontão de Carvalho, «não pode ficar» apesar das declarações deste dizendo que se mantinha no cargo.

«As pessoas não se podem agarrar ao poder. Ele não disse aos seus pares e aos lisboetas que era arguido num processo. Foi preciso que fosse publicada a acusação para que os lisboetas soubessem», afirma.

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«Isto é o descrédito absoluto. Não bastava o que vinha de trás», acusa Sá Fernandes que considera mesmo que «hoje foi a morte do cisne».

Mas Carmona Rodrigues também não escapa às críticas de José Sá Fernandes. «É extraordinário que hoje ainda não tenha contactado e falado com os vereadores sobre esta matéria», lamenta.

E ele sabia? «Com certeza que sabia, não quero acreditar que não soubesse que havia cinco arguidos constituídos, no processo da EPUL, há cerca de um mês».

«Amanhã vou pedir uma reunião de câmara extraordinária a realizar imediatamente», garantiu ao PortugalDiário.

Não dizer que era arguido foi atitude «infeliz e insensata»

Ruben de Carvalho, vereador do PCP, considera que a decisão de Fontão de Carvalho em manter-se como vice-presidente da autarquia deve ser discutida nas instâncias próprias. Ou seja, «em reunião de Câmara ou numa reunião entre todos os vereadores, como aconteceu no caso da vereadora Gabriela Seara», afirmou ao PortugalDiário.

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Mesmo antes da conferência de imprensa marcada por Fontão de Carvalho, o vereador do PCP já tinha decidido falar esta sexta-feira com Carmona Rodrigues, presidente da CML, e sugerir uma reunião para debater os factos que tinham saído nos órgãos de comunicação social e «assim farei» garantiu.

Para Ruben de Carvalho em todos os acontecimentos do dia o que mais o incomodou foi a atitude «infeliz» do vice-presidente de nunca ter esclarecido os membros da CML de que era arguido em outro processo, que não o da Bragaparques.

«Se é certo que são casos diferentes, não deixa de ser o nome da autarquia envolvido em ambos os processos. Considero que foi uma insensatez da sua parte», defendeu.

A alegada menor gravidade da acusação que Fontão de Carvalho alega para se manter em funções «não faz parte das suas funções. «Não sou juiz e como vereador as minhas opiniões são politicas».

Ainda sem antecipar eleições intercalares Ruben de Carvalho assume que «a governabilidade da autarquia e a autoridade da maioria estão cada vez mais afectadas».

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Se do ponto de vista institucional não existem problemas, porque o vice-presidente seria substituído como permitem os regulamentos autárquicos, «do ponto de vista político a situação é outra», conclui.

Depois de Carmona

Maria José Nogueira Pinto, vereadora da Câmara Municipal de Lisboa eleita pelo CDS-PP, remeteu para o presidente da autarquia, Carmona Rodrigues, qualquer esclarecimento sobre as consequências da possível acusação de peculato contra o vice-presidente Fontão de Carvalho.

«Até o presidente se pronunciar, não direi nada sobre esse assunto», afirmou a vereadora à agência Lusa, à saída de uma reunião camarária sobre a requalificação da Baixa lisboeta.

Amanhã é outro dia

Nuno Gaioso, vereador do PS, remeteu para sexta-feira de manhã uma reacção quanto aos factos vindos a público esta quinta-feira e quanto à tomada de posição de Fontão de Carvalho, em conferência de imprensa, já depois das 23 horas.

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