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Ministra da Justiça defende reforço do Estado de Direito

Francisca Van Dunem falava na abertura da Conferência de Alto Nível "O Estado de Direito na Europa”, promovida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e pela Comissão Europeia

A ministra da Justiça, Francisca Van Dunem, disse esta segunda-feira em Coimbra que a pandemia da covid-19 veio evidenciar a necessidade de reforçar o Estado de Direito nos países da União Europeia (UE).

A restrição de direitos e a exigência do normal funcionamento das instituições implicam responsabilidade e controlo”, afirmou Francisca Van Dunem, na abertura da Conferência de Alto Nível "O Estado de Direito na Europa”, promovida pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros e pela Comissão Europeia, no âmbito da Presidência Portuguesa do Conselho da UE.

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Desde que a pandemia chegou a Portugal, em março de 2020, os tribunais “desempenharam um papel essencial como garantes da Constituição [da República Portuguesa] e dos direitos fundamentais”, sublinhou.

O quadro constitucional do estado de emergência foi posto em prática pela primeira vez no nosso regime democrático”, recordou a ministra da Justiça no discurso proferido no auditório principal do Convento de São Francisco, numa sessão em que também intervieram o presidente da Câmara local, Manuel Machado, o reitor da Universidade de Coimbra, Amílcar Falcão, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, e o comissário europeu da Justiça, Didier Reynders.

Em declarações à Agência Lusa, à margem dos trabalhos, a ministra da tutela reiterou que a situação pandémica “evidenciou a necessidade de preservar as regras do Estado de Direito, como forma de proteger os direitos fundamentais dos cidadãos”.

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Francisca Van Dunem alertou que o Estado de Direito, tendo em conta o que acontece em diferentes países e regiões do mundo, “pode vir a estar em causa”, apesar de as sociedades democráticas o terem habitualmente “como adquirido”.

Não se passa nada entre nós”, ressalvou, quanto a eventuais ameaças ao Estado de Direito em Portugal, para salientar a importância do “conjunto de garantias” que ele concede aos cidadãos.

A ministra da Justiça já tinha acentuado que a pandemia “mostrou como os critérios de necessidade e proporcionalidade na restrição de direitos e a efetiva independência dos poderes do Estado são essenciais” para o Estado de Direito.

Embora sujeito a testes exigentes no contexto da covid-19, o Estado de Direito tem um sentido e uma função indissociáveis da paz, das liberdades e da garantia da segurança e justiça no dia a dia dos nossos cidadãos, para lá da pandemia”, defendeu.

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Para a ministra da Justiça, “nunca foi tão atual discutir o Estado de Direito, enquanto prosseguem os trabalhos para o seu aprofundamento e os sistemas de justiça desempenham um papel fundamental na sua defesa, promoção e consolidação”.

Em tempo de pandemia, realçou, “assistiu-se a um aumento de formas de criminalidade como o cibercrime, a contrafação de medicamentos e produtos médicos, os crimes de ódio, a violência doméstica ou o abuso sexual de crianças”.

A mesma situação sanitária de âmbito global “veio mostrar também a necessidade de acelerar a modernização da Justiça, com recurso às novas tecnologias de informação e comunicação”, acrescentou Francisca Van Dunem.

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