O Bloco de Esquerda insurgiu-se este domingo contra a decisão do Presidente da República, Cavaco Silva, de excluir representantes da juventude bloquistas dos encontros de segunda-feira, que se destinam a combater o afastamento dos jovens da política, escreve a Lusa.
O desconhecimento revelado por jovens portugueses em relação à actividade política, que ficou patente num recente estudo de opinião da Universidade Católica, foi o principal tema do discurso do Presidente da República no Parlamento, durante a sessão solene do 25 de Abril.
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Todos os «jotas» vão
Na sequência da sua intervenção, o Presidente da República agendou para segunda-feira, no Palácio de Belém, encontros com organizações representativas, dos quais ficou de fora o Bloco de Esquerda por não ter organização de juventude autónoma.
«A razão alegada pela Presidência da República é irrelevante», refere o Bloco de Esquerda em comunicado.
«Diz a Presidência da República que o Bloco não tem uma organização de juventude, porque só tem um sector, Jovens do Bloco, que reúne em conferência nacional e elege a sua direcção, sendo assim diferente das jotas. Mas se a Presidência da República quer discutir formas de participação política dos jovens, é absurdo que só o queira fazer com uma forma específica de organização de jovens, excluindo as restantes», lamenta o BE.
No mesmo comunicado de protesto, o Bloco de Esquerda alega que, enquanto força política, «representa muito mais jovens do que a maioria das organizações convidadas, como as sondagens da Universidade Católica sempre demonstraram».
«Assim, o Bloco de Esquerda considera que esta decisão da Presidência da República é simplesmente uma forma de exclusão política. A Presidência da República prefere discutir a participação dos jovens com alguns dos responsáveis pela falta de participação dos jovens», criticam os bloquistas.
Segunda-feira, o Bloco de Esquerda dará uma conferência de imprensa para apresentar medidas favoráveis à promoção da participação política da juventude.
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