O líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, considerou que discutir agora as eleições presidenciais é "extemporâneo e até insultuoso", e recusou apontar um calendário para o partido debater o assunto.
No final de uma visita a uma pastelaria emblemática de Odivelas (Lisboa), e questionado também sobre o regresso do ex-líder do CDS-PP Manuel Monteiro ao partido, Francisco Rodrigues dos Santos salientou que o caminho deve ser "alargar e não estreitar".
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"Quem quer conquistar o futuro tem de saber somar o passado e não excluir ninguém: procurarei que o CDS tenha respeito integral pela sua história e que ninguém se sinta a mais", afirmou.
Questionado se Manuel Monteiro seria um bom candidato do CDS-PP às presidenciais de janeiro, o líder democrata-cristão recusou, uma vez mais, debater esse tema.
"O CDS não é um partido alheado da realidade, mas confesso que consideramos esta discussão absolutamente extemporânea e até insultuosa", afirmou, considerando que a prioridade de ser o combate às consequências da pandemia de covid-19.
Rodrigues dos Santos acrescentou que esta matéria entrou na agenda política como "um escape que o primeiro-ministro encontrou para desviar as atenções de uma cisão que criou no seu próprio Governo", referindo-se à polémica com o ministro das Finanças, Mário Centeno.
"E nessas manobras dilatórias não caímos, a nossa prioridade é o plano de emergência social e o relançamento da economia", disse, considerando que os militantes do CDS-PP não compreenderiam que o seu presidente estivesse mais preocupado com "a cadeira" de Belém.
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O líder do CDS-PP nem sequer quis adiantar um calendário para o partido debater o tema, dizendo apenas que "a estratégia das presidenciais será definida a seu tempo".
Questionado se o líder do CDS-PP está mais afastado do atual chefe de Estado do que a sua antecessora - Marcelo Rebelo de Sousa almoça hoje com o presidente do PSD, Rui Rio, e passa a tarde com o primeiro-ministro, em Ovar -, Francisco Rodrigues dos Santos recordou a promessa que fez no Congresso em que foi eleito.
"Grande divergência" entre o país real e a propaganda do Governo"Eu disse que o meu escritório seriam as ruas de Portugal, é ao lado dos portugueses que quero estar", assegurou.
O líder do CDS-PP afirmou que existe uma "grande divergência" entre o país real e a propaganda do Governo, apontando atrasos no pagamento de apoios às empresas e devoluções de reembolsos de IRS às famílias.
Francisco Rodrigues dos Santos visitou hoje uma pastelaria emblemática em Odivelas com o objetivo de falar "com o país real, auscultar as preocupações dos micro, pequenos e médios empresários que são o pulmão da economia e que permitem manter portas abertas e salvar postos de trabalho".
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"Há de facto uma grande divergência entre o país real e a propaganda do Governo", criticou, apontando atrasos no pagamento dos apoios previstos no âmbito do 'lay-off' simplificado.
O líder do CDS-PP reiterou a necessidade de alargar este regime "pelo menos até 30 de setembro", porque a retoma da economia também será gradual, na sequência da pandemia de covid-19.
"Os empresários não terão o mesmo volume de negócios que tinham antes da crise, até pelas regras higiénicas de distanciamento", alertou, referindo-se a setores como os da restauração, hotelaria, turismo e também ginásios ou organização de eventos.
Rodrigues dos Santos repetiu duas propostas que o CDS já fez: um mecanismo de acerto entre o Estado os contribuintes - lamentando que o Governo esteja a cobrar o IMI antes de devolver os reembolsos do IRS - e a eliminação do Pagamento Especial por Conta para ajudar a dar mais liquidez à economia.
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Questionado se a proposta hoje anunciada pelo partido de impor um período de nojo entre a passagem pelo Governo e o cargo máximo do Banco de Portugal se dirige ao ministro das Finanças, Mário Centeno, o líder do CDS-PP não negou.
"O CDS tem referido várias vezes que gostava que o Estado fosse tão rápido a pagar o que deve às famílias e às empresas como foi a transferir dinheiro para o Novo Banco. Se o governo quer colocar o ministro das Finanças em 'lay-off' como governador do Banco de Portugal, o CDS tem dito que não pode fazê-lo", afirmou, dizendo esperar consenso parlamentar sobre este diploma.
Francisco Rodrigues dos Santos fez a visita à pastelaria de Odivelas acompanhado dos vice-presidentes Filipe Lobo d'Ávila e António Carlos Monteiro e, por insistência do proprietário de há 35 anos José António, trocou o café por um sumo de laranja.
"É vitamina CDS, para combater a covid e ajudar as empresas", defendeu o líder do CDS-PP.
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Do proprietário da pastelaria ouviu queixas de que "ninguém lhe perguntou se tinha condições para abrir", e de alguns clientes muitas queixas sobre a Câmara socialista.
Depois das declarações aos jornalistas, o líder do CDS-PP ficou durante algum tempo a conversar com as pessoas que preenchiam a pequena esplanada da pastelaria, que disse conhecer dos tempos de adolescência.
"Eu estudei no Colégio Militar e aqui era o Instituto de Odivelas, mantínhamos boas relações com esse estabelecimento militar de ensino e passava aqui alguns tempos", recordou.
Questionado por uma cliente se era "para ver as meninas", o líder do CDS-PP riu-se, mas disse que, ao contrário de um dos irmãos, nunca teve nenhuma namorada do Instituto de Odivelas.
Rodrigues dos Santos conversou sobre o seu percurso de vida - até escreveu para a Comarca de Arganil, na adolescência - e confessou que a política será "um episódio".
"Dedico-me mais à política, mas será sempre um episódio da minha vida, nunca será uma profissão", afirmou, dizendo que a dedicação à "causa pública" foi uma lição dos tempos do Colégio Militar.
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