Em janeiro, quando o Syriza venceu com maioria absoluta as eleições gregas, António Costa foi assertivo: "Este é mais um sinal da mudança. É importante que outros países europeus deem força a esses resultados". Agora que o partido de Alexis Tsipras também venceu, embora sem maioria, o líder do PS é mais contido e também rejeita que os resultados eleitorais em Atenas tenham impacto em Portugal.
PUB
"Tenho esperança que agora as coisas possam encontrar tranquilidade e que isso contribua também para virarmos a páigina da crise da zona euro. E para reforçar em todos os países da zona euro a tranquilidade e a serenidade que é necessário"
No final de um comício em Seia, era inevitável a pergunta "e agora?". Terão esses resultados influência direta nas eleições em Portugal, já daqui a 15 dias?
"Não, não creio que haja nenhum circulo eleitoral de Portugal na Grécia".
Depois do impasse nas negociações entre Atenas e os credores desde que o Syriza subiu ao poder, desembocando no controlo de capitais no país - que ainda hoje se mantém-, o Governo português tentou sempre colar o PS ao Syriza, depois daquelas declarações de janeiro.
No frente-a-frente das rádios entre Passos e Costa, o líder socialista admitiu que o Syriza "adotou uma estratégia errada" na negociação europeia, mas demarcou-se. "O que confirma a prudência da posição do PS desde sempre e sobretudo desde que sou líder. Uma mudança pela via da negociação e não da confrontação, não da proclamação da via unilateral", enfatizou nesse debate,
Hoje, Costa foi ainda questionado ainda pelas declarações do Presidente francês, o socialista François Hollande, que disse que a vitória do partido de Alexis Tsipras é uma "mensagem importante para a esquerda europeia". Respondeu que não as ouviu. "A Grécia fez o seu percurso, recusou regressar ao governo de direita e ratificou a solução social e de compromisso europeu", acrescentou.
PUB