O deputado do Bloco de Esquerda à Assembleia Legislativa dos Açores, José Cascalho, defendeu, na noite de terça-feira, a realização de um referendo regional sobre a utilização da Base das Lajes, noticia a Lusa.
O parlamentar bloquista entende que os açorianos devem ser ouvidos sobre as «novas valências» que o Governo Regional perspectiva para a base aérea norte-americana instalada na ilha Terceira.
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Em causa está, por exemplo, a possibilidade de utilização da Base das Lajes para a projecção de uma força norte-americana em África - a AFRICOM, ou como base de suporte de um campo de treino dos aviões caça de última geração, os F-22 e futuros F-35, ou ainda como base de treino no uso de armas, como os mísseis hipersónicos.
Afastar os Açores da «rota da guerra»
«Exigimos que se faça uma auscultação sobre esta matéria, para que se possa discutir aberta e detalhadamente as consequências da adopção destas novas valências propostas no programa do Governo», defendeu.
O deputado do Bloco de Esquerda adianta que o seu partido «rejeita liminarmente» a intenção dos militares norte-americanos de dar nova utilidade à Base das Lajes, porque coloca os Açores «na rota da guerra», como já aconteceu em 2003, com a célebre Cimeira das Lajes.
No seu entender, estas novas valências vão trazer aos Açores aviões e armamento de guerra que além de dar uma imagem negativa dos Açores no mundo, irá também criar «constrangimentos» ao uso civil do Aeroporto da Terceira, cujo movimento aéreo é «controlado» pelos militares.
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Sem resposta do PS
José Cascalho lamentou também que a utilização da Base das Lajes tenha ficado associada ao transporte de prisioneiros de guerra para a base de Guantanamo, em Cuba, acções que violam o Direito Internacional e os Direitos Humanos.
Apesar das críticas e do repto lançado pelo deputado do Bloco de Esquerda, não houve respostas nem esclarecimentos por parte da bancada do Governo, nem do Grupo Parlamentar da maioria socialista.
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