Os deputados eleitos pela JS entraram em choque sobre a estratégia seguida dentro do Grupo Parlamentar do PS para a votação de sexta-feira dos projectos do Bloco de Esquerda e «Os Verdes» sobre casamentos homossexuais.
Em declarações à agência Lusa, a deputada socialista Rita Neves responsabilizou o ex-líder da JS Pedro Nuno Santos pelo «falhanço» na consagração do direito dos casamentos homossexuais, alegando que avançou com um ante-projecto, «nunca entregue» na mesa da Assembleia da República, sem antes estabelecer os necessários consensos políticos e sociais.
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Rita Neves faz parte de um grupo de deputados eleitos pela JS que nesta sexta-feira irá cumprir a disciplina de voto contra do PS. Do mesmo grupo fazem parte João Portugal, Nuno Sá, Nuno Antão, Glória Araújo e Marisa Costa.
«Não estamos doentes nem em missão parlamentar. A nossa obrigação é estarmos presentes em plenário no momento da votação», declarou Rita Neves, que se insurgiu contra «a absurda» excepção à disciplina de voto concedida pelo PS ao ex-líder da JS Pedro Nuno Santos.
Segundo Rita Neves, o ex-líder da JS, ao longo dos seus dois mandatos, «preferiu avançar com um ante-projecto de lei sobre casamentos homossexuais, que nunca foi entregue na mesa da Assembleia da República, sem antes estabelecer as necessárias pontes para que a questão ganhasse consenso». «O resultado está agora à vista de todos. O objecto [desse diploma] ficou totalmente perdido», apontou.
Pedro Nuno Santos, por seu lado, lamentou que este grupo de deputados «ataque camaradas num momento importante para um dos principais combates travados pela JS ao longo dos últimos quatro anos».
«Esta foi uma luta de milhares de militantes da JS mas nem todos se entregaram a ela. Entre esses que pouco ou nada fizeram estão alguns dos que agora pretendem aproveitar a causa do ponto de vista mediático», declarou o deputado socialista eleito pelo círculo de Aveiro.
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