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Défice foi "bandeira para tentar enganar", diz PCP

Jerónimo de Sousa não tem dúvidas que vão surgir "mais surpresas negativas" vindas do anterior Governo

Numa sessão pública em Évora, subordinada ao tema “Luta e confiança por um Portugal com futuro”, Jerónimo de Sousa aludiu assim à análise à execução orçamental até setembro da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), que aponta para um nesse período, acima da meta do anterior Governo e dos 3% necessários para cumprir as regras europeias.

O secretário-geral do PCP acusou esta sexta-feira o anterior Governo PSD/CDS-PP de ter utilizado a “bandeira” do défice para "tentar enganar” os portugueses.

“Surgirão mais surpresas negativas. Toda a campanha do PSD e do CDS foi cimentada na ilusão, na propaganda e na mentira”

défice de 3,7%

O secretário-geral comunista lembrou que as “surpresas negativas” da anterior coligação já incluíram, “primeiro, a questão da sobretaxa e da sua devolução” e, depois, “a situação do BANIF, do Novo Banco”.

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Agora, “ficamos a saber que essa bandeira que estavam sempre a erguer, e que ainda ontem ergueram no debate [do programa do Governo PS], das metas do défice cumpridas, que ficaria abaixo dos 3%, afinal, parece que também aí quiseram enganar os trabalhadores e o povo”, continuou.

Perante sala cheia, Jerónimo de Sousa alertou os militantes e simpatizantes do partido que é preciso “não esquecer e responsabilizar” o anterior Governo PSD/CDS-PP, que “tanto mal fez aos trabalhadores e ao povo”, cita a Lusa.

A coligação “tinha essas duas bandeiras, da dívida e do défice”, mas, “apesar de tantos sacrifícios, de tanto esbulho, de tanto roubo nos salários, nas pensões e nas reformas, nos impostos” dos portugueses, a economia do país está “cada vez mais rastejante”, frisou Jerónimo de Sousa.

Em relação ao entendimento com o PS, que permitiu a formação do novo Governo, o líder comunista esclareceu que “não se trata de uma coligação, nem de um acordo programático, nem tão pouco de um acordo de incidência parlamentar”.

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“Trata-se de um entendimento bilateral entre o PCP e o PS” que incide “sobre questões muito concretas que foram identificadas como comuns e exigindo mais urgência e solução”.

De fora, acrescentou, ficaram “questões em que se verificaram diferenças substanciais e que, colocando-se mais à frente, se verá então como encará-las, honrando os compromissos assumidos”.

“Não estamos nem perante um governo de esquerda, nem perante uma aliança de esquerda ou das esquerdas. Estamos perante um compromisso com objetivos concretos e imediatos que já permitiu impor à coligação PSD/CDS uma grande derrota”, argumentou.

O caminho que está “para diante não será fácil e muito menos simples”, mas “os comunistas terão e têm uma só cara, uma só palavra”, avisou também Jerónimo de Sousa.

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