O PCP reconhece que o programa do novo Governo expressa a vontade de mudança e a ideia de que as medidas impostas na legislatura anterior “foram erradas”. Jerónimo de Sousa sublinhou que o documento "acolheu um conjunto de propostas que podem contribuir para melhorar a vida dos portugueses" e que por isso, abre "uma janela de esperança". Vincou, assim, o apoio da bancada comunista ao Governo, mas não sem questionar o primeiro-ministro sobre o quadro europeu e os “constrangimentos externos” que “têm sido dogmas intocáveis para o PSD e CDS” .
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“O programa terá de enfrentar a contradição entre os objetivos estruturantes de contratação de emprego, de crescimento económico e desenvolvimento no quadro dos constrangimentos externos que nos são impostos e que têm sido dogmas intocáveis para o PSD e CDS. É necessário ultrapassar a divergência entre uma realidade aprisionada em regras e a necessidade de afirmar o nosso desenvolvimento soberano.”
"É sabido que temos uma visão diferente da Europa, mas ambos partilhamos a preocupação da necessidade da Europa criar condições para que a moeda única não sirva para acentuar as assimetrias entre as diferentes economias.[...] O PCP disse o que não esta disponível para apoiar e o que o PCP não está disponível para apoiar é o que nós não estamos disponíveis para propor."
Antes, logo no início da sua intervenção, Jerónimo de Sousa acusou a direita de uma "estéril guerrilha política", lembrando as "surpresas desagradáveis" de PSD e CDS: "a devolução da sobretaxa que era um embuste", "a execução orçamental que desmente as promessa feitas quanto ao défice" e "o Banif que é mesmo um motivo de preocupação."
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PEV pede fim da "política de mentira""PSD e CDS exercitam as diferenças e as divergências programáticas entre PS e PCP como se tivessem descoberto a pólvora, como se da nossa parte alguma vez tivesse havido ocultação e abdicação da identidade."
"Para trabalhar para essa mudança há uma primeira coisa a fazer: uma política de verdade. Acabou a política da mentira e da ilusão, não pode continuar mais!", exigiu Heloísa Apolónia, citando a emigração, a pobreza ou a suposta devolução da sobretaxa de IRS e o crescimento económico como assuntos em que os governos de Passos Coelho e Paulo Portas mentiram.
A deputada ecologista sugeriu que PSD e CDS-PP "sabem que o Governo [do PS] tem legitimidade política" e que insistem no argumento contrário porque "aquilo que não querem é que se prove é que pode existir em Portugal uma política diferente daquela que eles fizeram, é o pavor que têm".
"PSD e CDS procuraram criar um modelo onde, para se sustentar, era fundamental que uma faixa determinada da população caísse e se mantivesse na pobreza, se habituasse a esse nível, um modelo de serviço ao grande poder económico e financeiro."
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