O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, defendeu este sábado que Portugal deve renegociar a dívida enquanto é tempo, evitando que o país venha a "sofrer consequências idênticas àquelas que estão a acontecer na Grécia".
"Estamos todos conscientes de que esta dívida não é pagável, mais tarde ou mais cedo o problema vai pôr-se, por parte dos credores ou dos devedores que somos nós. Se forem os credores a determinar essa renegociação, inevitavelmente acabaremos por sofrer consequências idênticas àquelas que estão a acontecer na Grécia", alegou.
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"Não é preciso saber fazer contas: estamos com os juros da dívida de três por cento e um crescimento do PIB de um por cento, logo a dívida vai aumentar", acrescentou.
"Os credores não querem, mas nós como devedores também temos direitos. Qual é o problema se nos dirigirmos às instituições e procurar renegociar a dívida nos montantes, prazos e juros?", questionou.
"Não esperávamos que um governo, que defendeu esta política de exploração e empobrecimento e que esteve sempre alinhado com os poderosos contra os trabalhadores, tivesse agora um ato de consciência e fizesse um ato de contrição e estivesse do lado da renegociação da dívida", sustentou.
"Esta ausência do PS nesta necessidade absoluta do ponto de vista do interesse nacional, afirmação da soberania e desenvolvimento económico, é altamente comprometedora. Não quer uma verdadeira alternativa, mas apenas uma alternância do poder, como tem sido feito nos últimos 38 anos", concluiu.
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