O grupo parlamentar do BE questionou quinta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros sobre o noticiado corte de financiamento do Observatório da Emigração por "quebra de confiança", acusando o executivo de tentar assim chantagear este e outros organismos.
"Trata-se de um gesto que pode ser legitimamente interpretado como um instrumento de chantagem sobre outros organismos congéneres para condicionar a independência e isenção exigíveis a estudos semelhantes", lê-se no requerimento oficial da Assembleia da República, assinado pelo deputado José Manuel Pureza.
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"Apesar de o relatório estar pronto desde julho, o Governo decidiu adiar a sua publicação para depois das eleições", alegadamente porque os dados "contradiziam o discurso oficial do Governo e da coligação Portugal à Frente, a Direção-Geral dos Assuntos Consulares e das Comunidades Portuguesas (DGACCP)", continua o texto.
O Observatório da Emigração, a funcionar desde 2009 no Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (CIES), no Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), do Instituto Universitário de Lisboa (IUL), publicou o seu segundo estudo sobre fenómenos migratórios indicando que cerca de 110 mil portugueses emigraram em 2014, tal como no ano anterior, concluindo que Portugal é "sobretudo, de novo, um país de emigração".
As perguntas de José Manuel Pureza a Rui Machete são como justifica e quais as razões objetivas da quebra de confiança invocada.
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