Já fez LIKE no TVI Notícias?

Catarina Martins lamenta “expulsão” de meio milhão de pessoas de Portugal

Bloco de Esquerda começa campanha eleitoral junto dos emigrantes em França

Catarina Martins declarou que o que preocupa o Bloco "é o país que manda sair gente", "a crise demográfica terrível" e "o abandono dos emigrantes por várias formas", desde o "abandono das comunidades emigradas há mais tempo", o "abandono do apoio social aos emigrantes não qualificados" e a perda para Portugal dos emigrantes qualificados. À tarde, Catarina Martins, Mariana Mortágua e os candidatos do Bloco pelo círculo eleitoral da Europa reúnem-se com representantes do Movimento dos Emigrantes Lesados do BES/Novo Banco, junto à delegação do banco, no 16.º bairro de Paris. No dia 26 de setembro, os emigrantes voltam a manifestar-se neste local e a fazer uma marcha até à embaixada de Portugal.

 A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, lamentou esta segunda-feira, em Paris, que meio milhão de pessoas tenham sido "expulsas" de Portugal nos últimos anos.

"Ninguém tem nada contra a emigração e até acho que nalguns percursos de vida é algo de natural e que as pessoas gostam de fazer. O problema é que quando falamos em meio milhão a sair em poucos anos, estamos a falar de pessoas que autenticamente são expulsas do país", declarou a dirigente bloquista durante o lançamento oficial da campanha eleitoral na capital francesa junto dos emigrantes.

PUB

Anna Martins, presidente da associação de jovens lusodescendentes Cap Magellan, queixou-se que Portugal "abandona e maltrata os seus cérebros e não apoia as associações que servem de complemento ao serviço público" ao darem aulas de português, por exemplo, acrescentando, ironicamente, que "um primeiro-ministro que convida à emigração e depois lança o programa VEM, com 20 projetos, é gozar com a cara" dos jovens.

Por sua vez, José Cardina, vice-presidente da Coordenação das Coletividades Portuguesas de França - que reúne mais de uma centena de associações - explicou que recebe "cada vez mais telefonemas de pessoas em dificuldades" e a pedir ajuda, ainda que a organização "não tenha meios" porque "todos os apoios foram cortados".

José de Barros, vice-provedor da Santa Casa da Misericórdia de Paris, disse que "nunca esperava ter de apoiar novos emigrantes que estão a chegar", denunciando um "deserto total de apoios da parte francesa e portuguesa" aos recém-chegados e explicando que um terço dos reformados portugueses em França vive abaixo do limiar da pobreza.

PUB

"Hoje, aquela ideia do regresso a Portugal para a emigração antiga parece uma coisa do outro mundo porque desapareceu. Jamais a emigração que veio nos anos 60 voltará e os novos que vêm com a mesma ideia de regressar [a Portugal] nunca mais vão regressar também", afirmou José de Barros, que chegou a França em 1964, e que entregou a Catarina Martins o estudo promovido pela Santa Casa "Os Portugueses na Hora da Reforma".

No sábado, durante a apresentação do manifesto do BE para o Círculo Eleitoral da Europa, na região de Paris, o líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, mostrou a disponibilidade do partido para colaborar com os emigrantes lesados do BES na justiça.

Os portugueses residentes e recenseados no estrangeiro votam por correspondência e têm até ao dia das eleições para enviar o boletim de voto, sendo o apuramento geral realizado no dia 14 de outubro, segundo o mapa-calendário divulgado pela Comissão Nacional de Eleições.

PUB

Últimas