Fernando Lima foi esta segunda-feira afastado do cargo de responsável pela assessoria para a Comunicação social da Presidência da República, que passará a ser desempenhado por José Carlos Vieira. O agora ex-assessor de Cavaco viu o seu nome envolvido no caso das escutas, que tem vindo a marcar a campanha eleitoral para as eleições Legislativas.
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Segundo disse à Lusa uma fonte oficial da Presidência da República, trata-se de uma «decisão do Presidente da República». No site oficial, na assessoria para a Comunicação Social já só consta o nome de José Carlos Vieira, como «consultor». Trata-se de um homem que também trabalhou em Macau, com Rocha Vieira, e foi jornalista da Lusa.
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Fernando Lima foi sempre considerado o homem-sombra do Presidente, tendo diso escolhido como responsável pela assessoria para a Comunicação Social da Presidência da República quando Cavaco Silva foi para Belém, em Março de 2006.
A denúncia das escutas
Fernando Lima cai poucos dias depois de o Diário de Notícias ter noticiado que era ele a fonte do jornal Público nas notícias, publicadas em Agosto, que apontavam para a suspeita de Belém sobre eventuais escutas do Governo. Na notícia do Público, de 18 de Agosto, uma fonte da Casa Civil questionava-se como é que o PS sabia que elementos ligados a Cavaco Silva participavam na elaboração do programa de Manuela Ferreira Leite.
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Foi na sequência da manchete que o Público noticiou que as alegadas suspeitas de Cavaco Silva quanto a uma vigilância do Governo remontavam à visita do Presidente à Madeira em 2008, na qual teria sido observado um comportamento suspeito por parte de um assessor governamental, Rui Paulo Figueiredo.
O Público nunca revelou a sua fonte, mas poucos dias antes da campanha, numa entrevista à SIC, Francisco Louçã já tinha lançado o nome de Fernando Lima como fonte da notícia. O DN foi mais longe e colocou a cara do assessor de Cavaco na primeira página do jornal.
Esta divulgação da fonte gerou um terramoto político em plena primeira semana da campanha eleitoral para as Legislativas. No mesmo dia, o director do Público, José Manuel Fernandes, chegou a falar no envolvimento das polícias secretas, mas viria depois a admitir que havia troca de e-mails que surgiu noutros jornais.
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Quem é Fernando Lima?
Homem forte do presidente, Fernando Lima seguiu a sombra de Cavaco Silva desde que este foi primeiro-ministro, entre 1985 e 1995. Nascido na Horta (Açores), há 59 anos, iniciou a carreira jornalística no «Comércio do Porto», passou pelo «Primeiro de Janeiro» e pelo «Jornal de Notícias». Trabalhou com Rocha Vieira em Macau e dirigiu a agências de notícias ANOP.
Esteve ao lado de Cavaco na primeira candidatura de Cavaco Silva à Presidência, que perdeu para Jorge Sampaio, e foi assessor de Martins da Cruz (ministro dos Negócios Estrangeiros) no Governo de Durão Barroso. Dias depois de deixar estas funções, foi nomeado director do «Diário de Notícias», mas o seu nome foi chumbado pelos jornalistas, dado o seu percurso como assessor e a evidente ligação a uma corrente política. Durou menos de um ano (entre Novembro de 2003 e Outubro de 2004).
Com o regresso de Cavaco Silva ao poder reassumiu as funções de assessor de imprensa e um dos seus principais homens de confiança.
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