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“Rasgar a indecorosa lei do aborto” será a primeira iniciativa parlamentar do BE

Porta-voz do Bloco de Esquerda diz que legislação tem uma "visão pequenina e serôdia das mulheres"

Perante uma sala esgotada, a líder do BE deixou um pedido: "alguém avise a direita que já não estamos em 1940 ou 1950. Eu sei que quem muda a lei do aborto no último dia do parlamento em sinal contrário ao que acontece em toda a Europa tem uma visão pequenina e serôdia das mulheres e dos seus direitos". Catarina Martins foi perentória ao afirmar que o BE está "contra o aventureirismo de quem quer destruir a Segurança Social em Portugal" e dirigiu-se diretamente ao PS, que "não quer conversar sobre com quem lhe recorda que defende menos 1660 milhões de euros nas pensões ao longo dos próximos quatro anos". Mas a cabeça de lista do partido pelo Porto não esqueceu Passos Coelho e os discursos em pré-campanha, falando de "velhas ou recicladas" mentiras do primeiro-ministro, e deixando um aviso à navegação: "Já conhecemos o truque das eleições de 2011 e todos sabemos o que é que acontece mal a campanha acaba. Só se deixa enganar quem quer".

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A porta-voz do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, anunciou esta sexta-feira que a primeira iniciativa parlamentar na próxima legislatura será rasgar "a indecorosa lei do aborto aprovada à pressa pela direita", que tem uma "visão pequenina e serôdia das mulheres".

Catarina Martins discursava num jantar-comício da pré-campanha, que decorreu esta sexta-feira na Cantina Velha da Cidade Universitária de Lisboa, apelando ao voto no Bloco de Esquerda (BE) daqueles que, há quatro anos, ao sentir a pressão para a mudança, perceberam "bem como o seu voto útil foi um voto traído".

"Pela nossa parte o compromisso é claro: fazer a lei do aborto respeitar o sentido do referendo, rasgando a indecorosa lei aprovada à pressa pela direita. [Esta] será a primeira iniciativa do próximo grupo parlamentar do Bloco de Esquerda", anunciou a porta-voz bloquista, acusando PSD e CDS-PP de terem uma "visão antiga e serôdia do papel das mulheres".

Afirmando que a "alternativa contra a resignação passa por restruturar a dívida pública", Catarina Martins considerou que "voto útil é no BE, "o voto do compromisso para a alternativa" que "não cede e não desiste".

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"Quem há quatro anos, farto de um Governo do PS que tinha prometido criar tantos milhares de empregos e só trouxe mais desemprego, foi votar na direita e sentiu a pressão do voto útil para a mudança percebeu bem como o seu voto útil foi um voto traído porque não teve mudança, teve mais empobrecimento", apelou.

"O compromisso do BE é claro. Defender os interesses dos trabalhadores, garantir que há futuro para o país, para quem cá vive, para cá quem quer viver", disse aos socialistas.

O líder da bancada parlamentar, Pedro Filipe Soares, criticou o facto de parecer que "só há dois candidatos de primeira e tudo o resto é paisagem", considerando que "nesta tentativa de transformar a política num jogo de futebol" quem tem perdido é a democracia.

Para o número dois pela lista de Lisboa, "os empatas" Pedro Passos Coelho e António Costa "estão empatados" mas Portugal não está condenado "a ficar com estes empatas", considerando que "o verdadeiro pântano é aquele que o BE sempre acusou, o pântano do centrão".

O primeiro a discursar no comício foi Jorge Falcato, candidato por Lisboa, que sendo portador de deficiência e estando numa cadeira de rodas, defendeu que "a deficiência é uma questão de direitos humanos e os direitos humanos não são regalias. Não se cortam nem se discutem, cumprem-se".

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