O PSD definiu como um «autismo preocupante» as declarações do primeiro-ministro, que este domingo relativizou o número de professores que se manifestaram sábado contra as políticas educativas do Governo e reiterou a confiança na ministra da Educação, refere a Lusa.
«As declarações do primeiro-ministro [José Sócrates] revelam um autismo preocupante» e «denunciam que se cortou o elo de ligação entre o primeiro-ministro e o país», reagiu o porta-voz social-democrata para a área da Educação, Pedro Duarte.
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«O que me convence não é a força dos números, é a força da razão», afirmou hoje José Sócrates quando confrontado pelos jornalistas com o número de professores que se juntaram em Lisboa contra o sistema de avaliação.
Um dia depois de cerca de 100 mil professores se terem feito uma marcha da indignação contra Maria de Lurdes Rodrigues, exigindo a sua demissão, o primeiro-ministro disse respeitar a manifestação mas garantiu que vai manter a ministra.
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Para Pedro Duarte, as declarações do primeiro-ministro revelam que "existe um desfasamento entre a orientação do governo e o sentido do país".
O porta-voz social-democrata sustentou mesmo que o problema já não passa pela permanência da ministra da Educação e não se limita às políticas educativas, mas sim a algo «mais preocupante e mais estruturante».
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O executivo de José Sócrates «entrou numa curva decrescente, está numa fase de declínio», reforçou Pedro Duarte.
Jardim: ministra vai ser demitida
O líder do PSD-M, Alberto João Jardim, está convencido que o «oportunismo do primeiro-ministro» vai levá-lo, mais cedo ou mais tarde, a exonerar a ministra da Educação responsabilizando-a pelo estado da Educação.
«Não me admira que o oportunismo do primeiro-ministro, mais cedo ou mais tarde, despeça a ministra da Educação, dizendo que ele, coitadinho, não tem nada com o assunto e que a culpa era da ministra tal como ele já fez com o ministro da Saúde», disse, ao comentar a manifestação de sábado dos professores, à margem das eleições directas internas do PSD-M.
«Ele é uma pessoa com muita lata, mas penso que não terá lata em fazê-lo imediatamente, mas que ela vai pagar as culpas, lá isso ela vai antes das eleições», acrescentou.
Disse não ter ficado admirado com o volume do protesto dos professores devido ao descontentamento da classe: «Eu não vejo este conflito entre o Governo da República e os sindicatos dos professores apenas na perspectiva corporativa».
«Há, aqui, injustiças nestas alterações, acho que quando se altera as coisas é para melhor e não para pior, mas não há dúvida que a grande reforma de fundo da Educação em Portugal está por fazer».
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