O candidato Manuel Alegre afirmou esta quinta-feira que as mais recentes intervenções públicas de Cavaco Silva demonstram de forma inequívoca «nervosismo» e «crispação» com a aproximação das eleições em 2011.
«Há uma maneira serena de se falar e uma maneira crispada. Acho que [o Presidente da República] falou de uma maneira muito crispada nas comemorações do 10 de Junho», declarou Manuel Alegre, numa conferência de imprensa.
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Manuel Alegre disse ainda que, com a aproximação das eleições presidenciais de 2011, observa também em Cavaco Silva «um certo nervosismo».
«A batalha presidencial vai ser difícil para mim, mas também para o actual Presidente da República, se ele se recandidatar. Vamos assistir a uma grande disputa pela vitória», disse.
Mandatários do PS, do BE, do PCP...
A candidatura de Manuel Alegre vai manter metade dos mandatários distritais da campanha de 1996, mas apresenta agora nomes ligados ao PS histórico, ao Bloco de Esquerda e ao movimento comunista.
Os mandatários distritais da candidatura presidencial de Manuel Alegre foram apresentados esta quinta-feira, numa sessão em que também estiveram presentes a mandatária nacional do candidato, a ex-ministra da Saúde Maria de Belém, o director de campanha, Duarte Cordeiro (líder cessante da JS), e o assessor político José Manuel Mesquita.
«O movimento cívico e de cidadania é a génese e a matriz da minha candidatura, que se vai preservar. Esta candidatura é supra-partidária, embora tenha agora o apoio de outras forças políticas», acentuou.
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Dos mandatários apresentados por Manuel Alegre, destaca-se o fundador do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e ex-ministro dos Assuntos Sociais António Arnaut, que será mandatário em Coimbra. Entre os históricos socialistas estão também Luís Filipe Madeira (Faro), José Niza (Santarém) e Manuel João Vieira (Castelo Branco).
Com ligações ao Bloco de Esquerda aparece Violante Saramago de Matos (mandatária pela Madeira), que foi deputada na Assembleia Legislativa Regional por esta força política.
Já entre os nomes que tiveram um percurso político próximo do movimento comunista surge em destaque Alberto Midões (membro do Comité Central do PCP entre 1996 e 2000), que será mandatário por Viana do Castelo.
Serão ainda mandatários da candidatura do ex-vice-presidente da Assembleia da República Tomás Borba Vieira (Açores), António Neto Brandão (Aveiro), Diniz Cortes (Beja), Carlos Alegria (Braga), Aires Ferreira (Bragança), José Luís Cardoso (Évora), Alípio Melo (Guarda), Fernando Serra Lourinho (Leiria), Jorge Martins (Portalegre, presidente da Câmara do Gavião), Manuel Correia Fernandes (Porto), Machado Luciano (Setúbal), Jorge Ginja (Vila Real) e Júlio Barbosa (Viseu).
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Sobre a ligação entre as máquinas do Bloco de Esquerda, Renovação Comunista e PS, Manuel Alegre disse que está «a haver uma excelente coordenação» no terreno e salientou que a sua candidatura «não é uma coligação de partidos».
«O concurso do PS para a minha candidatura é essencial para se alcançar a vitória, mas o PS não vai ocupar esta candidatura, como o Bloco de Esquerda também não a vai ocupar», salientou.
Menos gastos? «Eu até devolvi dinheiro...»
O candidato concorda com a redução de gastos em campanhas, vincando que na última campanha foi o único que devolveu dinheiro ao Estado ¿ dinheiro que até poderia ter usado «para fazer uma fundação».
Interrogado sobre os projectos apresentados na Assembleia da República tendentes à redução de despesas das campanhas eleitorais, Manuel Alegre concordou em termos genéricos com essas iniciativas legislativas, alegando que o país «se encontra numa situação difícil».
«Estou à vontade em matéria de redução de gastos, porque na última campanha eleitoral tive o melhor rácio entre votos obtidos e subsídio. Fui o único que, conforme manda a lei, devolveu dinheiro, que podia ter dado em outras circunstâncias para fazer fundações ou coisas assim no género, mas devolvi-o», disse.
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