Marcelo Rebelo de Sousa entende que nem a esquerda nem a direita, em Portugal, estiveram bem na reação às eleições gregas, com exceção do PCP, que foi, segundo o professor, «o partido mais prudente». Já o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, e o líder do principal partido da oposição, António Costa, «disparataram» sobre o assunto.
António Costa lançou logo foguetes, quem o ouviu parecia que o PS era igual ao Syriza (...) e, depois, que não era o PASOK. [Durante a semana], a esquerda moderada começou a ver que há medidas que concordavam ou não. António Costa quis usar como campanha eleitoral e não se saiu bem» « Paulo Portas usou a teoria da vacina dita suavemente, dizendo que somos diferentes dos gregos, na economia e na política. Passos Coelho foi a chamada teoria da vacina dura. Entrou em campanha eleitoral e começou a dizer que [o programa do Syriza] era um «conto de crianças».
«Acho que António Costa disparatou, Passos Coelho também, quanfo começou a comentar o que se passa na vida política desse país, nesses termos»
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No seu comentário habitual no Jornal das 8 de domingo, Marcelo Rebelo de Sousa assinalou, ainda, a reação da «grandes entusiastas», Bloco de Esquerda e Livre, que falaram num «efeito dominó imparável». O professor considera que «não há razões nem para as grandes euforias da esquerda, nem razões para começar a berrar que a vacina aí está e vai ter resultados».
Para a Grécia, deixou algumas mensagens de prudência, dizendo que «talvez não seja boa política» criar medidas que vão «avolumar» a dívida. «Não é possível chegar à europa e dizer 'mudamos isto tudo' (....). Ao lado do problema grego, há um problema europeu. Se não houver bom-senso, [as medidas do Syriza] conduzem a desastre para a Grécia e para a Europa. A austeridade não é um fim, é um meio. [Mas] a Europa não está a crescer», admitiu.
«Eu continuo na minha: bom senso da parte da europa, espaço negocial (…) e realismo da parte dos gregos Não é um governo aventureiro. Fez promessas e quer cumprir, mas tem pouca experiência. Tsipras já recuou varias vezes. Está a apalpar terreno. Defendo um diálogo realista, possível para a Europa em geral e para a Grécia»
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Já sobre as declarações de Cavaco Silva sobre o BES, e o facto de não querer dar mais esclarecimentos sobre o assunto, o professor entende que o Presidente da República «não esteve bem» quando disse que «nunca» falou sobre o assunto no passado.
Marcelo Rebelo de Sousa não tem dúvidas de que os partidos já entraram em campanha eleitoral, «cedo demais»: «Não há paciência».
Sobre as acusações trocadas entre Ana Gomes e Paulo Portas sobre o caso dos submarinos, o professor entende que se trata de um confronto mais político do que jurídico.
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Comentou, ainda, os maus resultados da prova dos professores (35% chumbou), assinalando que o ministro da Educação «quase gozou» com os erros.
Quanto às críticas do FMI sobre o abrandamento das reformas em Portugal, disse que, «em parte tem alguma razão», mas sobre o défice, por exemplo, «razão nenhuma».
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