Foram os últimos cartuchos desta corrida às eleições presidenciais de domingo. Maria de Belém passou o último dia da campanha no distrito do Porto: Vila do Conde, Póvoa de Varzim e, por último, a cidade invicta, de onde é natural. Por duas vezes, quase se cruzou com as caravanas de outros candidatos. Num fim de tarde chuvoso na Rua de Santa Catarina, indiferente às sondagens e à polémica das subvenções, Maria de Belém usou flores para caçar votos e afirmou que foi alvo de uma tentativa de "assassinato político". E depois teve o apoio de um peso pesado do PS, Francisco Assis.
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O cine-teatro da Batalha, no Porto, foi palco de um dos discursos mais inflamados da campanha, o do socialista Francisco Assis. O peso pesado do PS não usou o termo "batota" - utilizado anteriormente por Manuel Alegre e Vera Jardim - mas a ideia que deixou passar foi a mesma: Sampaio da Nóvoa terá tido o apoio da máquina partidária do PS.
"Não vou dizer que houve batota, mas quando um partido coloca o presidente, a direção, o núcleo duro do Governo a apoiar um candidato, esse partido está claramente a apoiar esse candidato."
"Não queremos um Presidente da República que apresente disponibilidade para estar permanentemente subordinado a este Governo. [...] Maria de Belém soube manifestar esse distanciamento. Não cabe ao Presidente da República substituir-se ao governo nem às oposições."
Maria de Belém, por sua vez, voltou a tocar no tema das subvenções e a sublinhar que foi vítima de "ataques de caráter". Mais, vincou que foi alvo de uma tentativa de "assassinato político".
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"O meu caráter é de granito como esta terra. Não sou a pessoa frágil que alguns pensam que sou. Podem atacar-me à vontade porque tenho um espelho à noite e vejo-me bem. [...] O que fiz foi dentro da lei."
O relógio já marcava para lá das 18:00 e a noite já tinha caído há muito quando a comitiva de Maria de Belém chegou, por fim, à Igreja das Almas. A caravana de Edgar Silva já tinha desmobilizado, mas ainda havia "vestígios" da passagem do candidato apoiado pelos comunistas.
A candidata presidencial distribuiu cumprimentos, entrou em cafés, lojas de roupa, farmácias. E, ao longo do passeio, ofereceu flores às mulheres que encontrava. Uma flor por um voto, poderia ter sido o lema desta ação de campanha.
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Sob uma chuva miudinha, a ex-presidente do PS ainda fez outras paragens: parou para comer castanhas quentes e parou para ouvir um "cantor".
Curiosamente, ali bem perto, na feira da cidade, tinha estado pouco tempo antes a outra candidata à Presidência, Marisa Matias. As comitivas acabaram por não se cruzar.
Maria de Belém até esteve na mesma feira que a candidata apoiada pelo Bloco de Esquerda, mas à tarde, depois do almoço.
A ex-ministra de Guterres foi, de resto, muito bem recebida pelos feirantes vilacondenses. Não se pode dizer que tenha sido um banho de multidão - até porque já eram cerca de 15:00 -, mas foi um passeio com muito calor humano. Varios beijinhos e palavras de apoio. Idosos e muitas mulheres. Como Conceição, socialista que gritava com efusividade "Vote bem, vote Belém". "Já votei no Costa agora vou votar Belém."
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