O PSD afirmou esta terça-feira que, tal como defendeu há duas semanas, Mário Centeno "não tinha condições para continuar" como ministro das Finanças, dizendo esperar que não seja "uma remodelação premiada" com a ida para governador do Banco de Portugal.
Há duas semanas, o presidente do PSD, Rui Rio, disse que Mário Centeno não tinha condições para continuar como ministro das Finanças. Confirmou-se aquilo que o presidente do PSD na altura afirmou, todos percebemos que nestas duas semanas estivemos a viver um ligeiro teatro", afirmou o deputado Duarte Pacheco, em declarações aos jornalistas no parlamento.
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O deputado acrescenta que o partido espera que esta não seja "uma remodelação premiada à revelia do parlamento", referindo-se à possibilidade de Mário Centeno vir a ser o próximo Governador do Banco de Portugal.
"Não podemos usar o Estado como forma de premiar comportamentos ou amigos, as instituições têm a sua dignidade", afirmou, defendendo que deve existir "um período de nojo" entre a passagem por funções legislativas e reguladoras.
Sobre o futuro ministro das Finanças, João Leão, o deputado do PSD considerou-o "uma pessoa competente" e disse esperar que tenha maior transparência e seriedade do que o seu antecessor.
O Presidente da República aceitou a exoneração de Mário Centeno como ministro de Estado e das Finanças, proposta pelo primeiro-ministro, e a sua substituição por João Leão, até agora secretário de Estado do Orçamento, com a tomada de posse marcada para segunda-feira
PS agradece a ministro das Finanças com um “obrigado, prof. Mário Centeno”PUB
PS agradeceu esta terça-feira com “obrigado, prof. Mário Centeno, pelo trabalho que fez por Portugal e pelos portugueses” como ministro das Finanças e nada disse sobre se o apoiará para Banco de Portugal.
Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, a líder parlamentar socialista, Ana Catarina Mendes, elogiou Centeno como o “o melhor ministro das Finanças de sempre” e sublinhou os resultados da política económica seguida pelo Governo liderado por António Costa.
Resultados, enumerou, como a “devolução de rendimentos, baixa de impostos, crescimento económico, na criação de emprego” e com “capacidade de liderar a equipa das Finanças”.
Para o futuro, Ana Catarina Mendes conta que João Leão, o secretário de Estado do Orçamento que será o novo ministro das Finanças, faça um trabalho “de continuidade”, dado que está, há cinco anos, na equipa de Centeno.
E recusou a ideia de que, com esta mudança, o Governo ficou enfraquecido.
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O BE afirmou esta terça-feira que a saída de Mário Centeno de ministro das Finanças "tornou-se evidente" desde a injeção de capital no Novo Banco sem o conhecimento do primeiro-ministro, e considerou que haverá uma "solução de continuidade" nas Finanças.
Em declarações aos jornalistas no parlamento, a deputada e dirigente do BE Mariana Mortágua salientou que, para o partido, "o mais importante não é a discussão de nomes, mas de políticas", nomeadamente do Orçamento Suplementar hoje aprovado pelo Governo.
"Esta saída de Mário Centeno do cargo de ministro das Finanças tornou-se evidente com o episódio de injeção do Novo Banco, sem auditoria independente, e sem que aparentemente o primeiro-ministro tivesse tido conhecimento", frisou.
Quanto à escolha de João Leão para suceder a Centeno, o BE classificou-a como de "continuidade", dizendo esperar ter a "mesma abertura das Finanças para negociar no futuro como teve no passado".
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O deputado do PEV José Luís Ferreira manifestou hoje a expetativa de que a substituição do ministro das Finanças “traga mais justiça fiscal” num momento em que é necessário relançar a economia.
O mais importante não são as pessoas, são as políticas. Vamos esperar que a remodelação traga mais justiça fiscal num momento em que é necessário relançar a economia”, afirmou o deputado, em declarações aos jornalistas no parlamento.
Para o PEV, será necessário dar mais atenção “à questão dos salários, às pessoas que ficaram de fora dos apoios [no âmbito da pandemia de covid-19] e que haja investimento público de qualidade”.
O deputado questionou se a remodelação hoje conhecida “tem alguma coisa a ver” com a discussão no parlamento sobre os diplomas que visam alterar a forma de nomeação do governador do Banco de Portugal.
“Não sabemos se esse elemento terá alguma coisa a ver com isso, mas isto é apenas no plano especulativo”, comentou.
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O líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, criticou o "péssimo timing" da remodelação do ministro das Finanças, que elaborou "o orçamento retificativo", mas já não irá defendê-lo perante a Assembleia da República.
"O CDS, há algumas semanas, vinha perguntando sobre o estado das relações entre o ministro das Finanças e o primeiro-ministro e, no último debate quinzenal, perguntou quando é que o 'Ronaldo das Finanças' seria transferido, se antes ou depois do retificativo", afirmou Rodrigues dos Santos, em declarações aos jornalistas, no parlamento, onde reagiu à saída de Mário Centeno do Governo, apesar de não ser deputado.
Para o líder do CDS-PP, a "descoordenação do Governo deve ser imputada ao primeiro-ministro", que tem a responsabilidade da gestão de equipas, e fala mesmo em "novela inusitada", depois de António Costa ter feito "rasgados elogios ao Ronaldo das Finanças".
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Registamos o péssimo timing' desta remodelação do Governo: dá-se o caso de o ministro das Finanças que hoje levou o Conselho de Ministros a aprovar o Orçamento Retificativo já não será o mesmo que o irá defender na Assembleia da República e responder politicamente sobre as opções já tomadas", disse.
Sobre a possibilidade de Mário Centeno poder vir a ser o próximo governador do Banco de Portugal, Rodrigues dos Santos reiterou que "não pode haver promiscuidade na político", lamentando que tenha sido rejeitado o seu projeto que visava "evitar transferências" entre governantes e cargos de liderança nas entidades reguladoras.
"O que pode vir a acontecer é que o atual ministro das Finanças venha a nomear o ex-chefe para o governador do Bando de Portugal", criticou.
PAN defende que Centeno deveria ficar e está contra passagem para Banco de PortugalO porta-voz do partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN), André Silva, considerou que Mário Centeno deveria continuar como ministro das Finanças e atacou a possibilidade de vir a ser governador do Banco de Portugal (BdP).
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Pelo “interesse superior do país, Mário Centeno deveria manter-se” no cargo, afirmou André Silva, em declarações aos jornalistas no parlamento, num comentário à remodelação governamental que levou à sua substituição pelo secretário de Estado do Tesouro, João Leão.
O deputado do PAN ironizou que “há aqui um superior interesse do Governo e Mário Centeno em ocupar a cadeira de governador do BdP.
Continuaremos a lutar para que não isso aconteça”, prometeu André Silva.
“Não há falta de ética na pessoa [Mário Centeno], mas há grande falta de ética na passagem de ministro das Finanças para o Banco de Portugal”, acrescentou.
Para o PAN, o ministro “deveria manter-se” no executivo, “por uma questão de credibilidade e estabilidade do país, em matéria económica e financeira, na imagem de país no estrangeiro, nos mercados que Mário Centeno conseguiu granjear”.
André Silva considerou que uma falta de respeito pelo parlamento a saída de Centeno no dia em que estava agendado um debate sobre as regras de nomeação do governador do Banco de Portugal.
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A Iniciativa Liberal defendeu esta terça-feira que a "continuidade de políticas" apesar da saída de Mário Centeno das Finanças é uma "má notícia", considerando preocupante que, em altura de crise, haja mudanças "a meio do jogo" num ministério fundamental.
Em reação a esta saída de Mário Centeno do Governo, o deputado único da Iniciativa Liberal, João Cotrim Figueiredo, disse aos jornalistas, no parlamento, que estava a comentar "talvez o segredo mais mal guardado dos últimos tempos da política portuguesa e um tabu que nunca chegou a ser".
Do ponto de vista político já foi assumido pelo primeiro-ministro que é uma continuidade de políticas, é uma má notícia", lamentou.
Na perspetiva do também presidente da Iniciativa Liberal, "este Ministério das Finanças foi o responsável pela maior carga fiscal de sempre em anos sucessivos, por uma sucessão de episódios de abusos e prepotências por parte da Autoridade Tributária e também pela invenção da austeridade socialista que consistia em cativações mais ou menos encapotadas e aparentemente vai continuar a ser assim".
Acontece que vai mudar uma equipa de um ministério fundamental nesta altura de crise a meio do jogo e isso é preocupante", criticou.
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