O ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou, no parlamento, que a "expressão saída limpa" foi um "resultado pequeno" para uma "propaganda enorme", referindo-se ao fim do programa da Troika em Portugal. Na discussão do programa de Governo, na Assembleia da República, esta quarta-feira, Centeno não poupou na ironia e, usando muitas expressões do anterior executivo, deixou inúmeras farpas à coligação. Recusou afirmar que o "país está de tanga", por "respeito aos portugueses", mas destacou o fenómeno da emigração, e frisou que hoje "é claro quem estava a viver acima das suas possibilidades".
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"Hoje é claro quem estava a viver acima das suas possibilidades. As possibilidades de hoje são muito menores para o milhão e meio de portugueses que ganha menos de 600 euros por mês. Percebemos que a expressão saída limpa foi um resultado pequeno para uma propaganda enorme."
"O programa repõe a ordem constitucional, restaura o contrato social, de confiança que é o pilar da nossa vida. Acabou o tempo dos apelos às revisões constitucionais, acabaram as violações à Constituição não por defeito, mas por feitio."
Centeno admitiu que Portugal "não tem margem para falhar". E, uma vez mais, destacou a posição do Governo face ao quadro da zona euro: o compromisso em prosseguir a trajetória de redução do défice e da dívida pública, iniciando um período de convergência económica com a União Europeia.
Um dia depois de ter sido recebido, em Bruxelas, pela Comissão Europeia, o ministro escolhido por Costa para as Finanças, repetiu que o Orçamento do Estado será apresentado o mais rapidamente possível.
"Constitui um compromisso deste Governo: prosseguir a trajetória de redução do défice e da dívida pública, ao longo da legislatura. O OE 2016 vai ser apresentado o mais rapidamente possível. O governo encurtará o período de que legalmente dispõe. Não é desejável que um pais esteja um prolongado período sem a aprovação de um dos mais relevantes instrumentos de governação."
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