O secretário-geral da CGTP considerou, esta terça-feira, «muito grave» a quebra de receita fiscal no primeiro trimestre do ano, exortando o Governo a «agir com sentido de responsabilidade» e a «falar verdade» sobre o assunto.
«Sabendo nós que o Orçamento não é um saco sem fundo, podemos estar perante uma situação muito grave. Há que agir com sentido de responsabilidade e falar verdade sobre as coisas», disse Carvalho da Silva, à saída de um encontro com o líder do PCP, Jerónimo de Sousa, para apresentação de medidas preconizadas pela central sindical para «dar resposta à crise».
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No entender do dirigente sindical, um agravamento da situação impõe apresentação de um Orçamento rectificativo por parte do Governo.
«Ao fim dos primeiros três meses do ano estamos a quase mil milhões de euros de desvio. Se isto se projecta para o ano teremos três ou 3,5 mil milhões de euros de desvio e uma situação de agravamento do défice orçamental superior a dois por cento, só por essa via. Isto impõe uma revisão do orçamento de Estado e de muitas linhas que foram traçadas», defendeu.
Manuel Carvalho da Silva considerou, no entanto, que a quebra de receitas do Estado traduz, não apenas um «arrefecimento da economia», mas também «incumprimento dos compromissos por parte das empresas».
«É provável que esteja a aumentar a fraude e a evasão fiscal num contexto de invocação da crise por parte de muita gente», argumentou.
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