O PSD não está satisfeito com as duras palavras de José Sócrates para a sua bancada, mesmo depois do acordo alcançado para a viabilização do Orçamento de Estado para 2011.
«O senhor primeiro-ministro está a fazer constantes provocações ao PSD. É pobre e mal agradecido», lamentou o deputado laranja Luís Montenegro.
PUB
Sócrates tinha pedido aos sociais-democratas para não serem um «agente de desconfiança que prejudica o país». «Mas isso os portugueses lá julgarão», deixou escapar, lamentando que o PSD só esteja preocupado com as eleições: «É a única coisa que anda no vosso espírito...»
Quanto à proposta do orçamento, o primeiro-ministro defendeu que o Estado social continua a estar assegurado. «Vamos gastar mais 7 mil milhões [com prestações sociais] do que em 2005», revelou, criticando o «embuste» da esquerda sobre os cortes nestes apoios.
No entanto, PCP, os Verdes e Bloco de Esquerda não ficaram convencidos. «Nem com um periscópio de um submarino conseguimos ver a defesa do Estado social neste orçamento», disse o comunista Bernardino Soares.
Já o CDS-PP, através de Mota Soares, aproveitou para criticar Sócrates sobre os seus auto-elogios. «Todos têm a sua vaidade. Eu também tenho a minha», admitiu o primeiro-ministro, referindo que Paulo Portas é que «não pode dar lições de vaidade a ninguém».
A troca de palavras mais acesa foi entre José Sócrates e a deputada Heloísa Apolónia (os Verdes), que questionou várias vezes o primeiro-ministro sobre «quanto vai pagar a banca» em 2011. Ficou sem resposta e exigiu a Sócrates que se deixe de «blá blá» e comece a responder às perguntas dos deputados. No final, apenas arrancou que a nova tributação à banca terá um «impacto muito significativo».
PUB