Constança Cunha e Sá, editora principal da TVI e comentadora política, considera que este é um «Governo a prazo». No «Jornal Nacional», a comentadora analisou o debate do Estado da Nação e prevê que o actual Executivo só fica em funções «até o PSD se sentir em condições».
«Este Governo existe a prazo. É um morto-vivo, que se arrasta, até o PSD se sentir em condições de apresentar uma moção de censura e de haver eleições», analisou.
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E com esta situação, são os portugueses e a imagem de Portugal lá fora quem mais sofre, disse ainda Constança Cunha e Sá. «Quem sofre com isto tudo é o País. Porque estamos numa altura em que é preciso tomar decisões sérias, de fundo, difíceis e impopulares. A Europa não vai esperar por nós», alertou.
O optimismo do primeiro-ministro parece descabido à comentadora: «O Financial Times chama-lhe optimista inveterado, mas eu acho que existe é um problema superior ao optimismo. É uma falta de realismo total». Para Constança Cunha e Sá, se o primeiro-ministro não fosse tão optimista, as medidas que estão a ser tomadas agora, «à bruta», podiam ter sido tomadas há mais tempo.
«Este Governo ficou a prazo a partir do momento em que tomou posse. (...) Estes oito meses mostram um governo sem rumo, capaz das maiores piruetas», disse.
«Já ninguém percebe quem está a governar, quem está a fazer o quê no Governo, nem em que ponto os dossiers estão», acrescentou.
Mas a comentadora da TVI também não poupa o PSD: «O PSD também tem, de uma vez por todas, de definir-se. Não podemos andar a fazer acordos com o Governo à Segunda, a denunciar os acordos à terça, a entrar em guerras e escaramuças públicas à quarta, para depois tornar a fazer acordos».
«Já não sabemos quem é que governa, se é o PS sozinho, se o PS com o apoio do PSD, se é o PS dependente do PSD», disse ainda.
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