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Deputados respondem a Cavaco: «Houve alguns exageros»

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Presidente preocupado com «desprestígio da classe política» e a «impaciência dos cidadãos» ao ver os debates. Deputados admitem crispação, mas estranham o timming das críticas

O vice-presidente da bancada do PS Ricardo Rodrigues admitiu esta quarta-feira que «houve alguns exageros» no primeiro dia de debate orçamental mas considerou que os comentários do Presidente da República no Twitter e no Facebook «devem enquadrar-se» na sua pré-campanha eleitoral.

«É verdade que ontem houve alguns exageros no Parlamento mas também é verdade que os exageros no Parlamento são uma prática a que temos assistido e é a primeira vez que ouço o senhor Presidente da República falar nos termos em que falou», declarou Ricardo Rodrigues, citado pela agência Lusa.

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Cavaco Silva escreveu que a actuação do Presidente da República «não pode contribuir para o espectáculo público de cinismo ou de agressividade». «Vejo com muita apreensão o desprestígio da classe política e a impaciência com que os cidadãos assistem a alguns debates», acrescenta ainda Cavaco Silva.

Já o líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo, considerou que José Sócrates, não começou o debate sobre o Orçamento num tom adequado, enquanto da sua parte houve um tom cordato.

«O Governo, pela voz do primeiro ministro, não começou o debate num tom que nós julgávamos o tom adequado a este momento de dificuldade do país», declarou Miguel Macedo.

Sem querer comentar directamente as palavras de Cavaco Silva, Miguel Macedo recomendou que se comece por ver «o princípio» do debate sobre o Orçamento para 2011 e que as intervenções sejam vistas «pela ordem» em que aconteceram: «Talvez tenham uma narrativa diferente do que foi o debate».

Miguel Macedo reclamou ter discursado «num tom cordato», que «não foi agressivo» e afirmou que as intervenções do PSD foram feitas «com os olhos postos nos problemas dos portugueses» e «em nome do interesse nacional».

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A deputada do Bloco de Esquerda Rita Calvário atribuiu os momentos mais agressivos do debate sobre o Orçamento do Estado para 2011 à «novela entre o PSD e o PSD» para a viabilização da proposta.

«Faz parte do episódio que temos vindo a verificar nos últimos dias, que faz parte de uma novela entre PS e PSD na negociação de um orçamento em que ambos estão de acordo no essencial», disse.

Questionada sobre se a mensagem de Cavaco Silva, deve ser enquadrada, como defendeu o PS, na pré-campanha eleitoral, Rica Calvário considerou que Cavaco Silva «tem estado a fazer a sua campanha mesmo antes de ter anunciado a sua candidatura».

«Cinismo político»

Quem reagiu às declarações de Cavaco Silva pelo PCP foi José Neto. O membro da equipa da candidatura presidencial de Francisco Lopes classificou-as de «cinismo político».

Em declarações à Lusa, José Neto considerou que a mensagem de Cavaco Silva «faz parte do esforço do candidato para construir uma imagem acima dos partidos e dos políticos» e de se apresentar como «uma espécie de figura tutelar do regime, sem nenhuma responsabilidade sobre a situação do país».

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«Tem razão»

Entretanto, o candidato às eleições presidenciais, Fernando Nobre afirmou que o Presidente das República «tem razão para estar preocupado».

«Acho que estamos todos preocupados. O senhor Presidente da República, como membro constituinte da classe política há 30 anos, tem razão em estar preocupado. Há uma descredibilização que nada abona a favor da nossa democracia e do nosso sistema político», disse.

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