O presidente da Associação Nacional de Engenheiros Técnico (ANET), Augusto Guedes, considera que a notícia das «assinaturas de favor» alegadamente efectuadas pelo primeiro-ministro, enquanto exerceu a actividade privada de projectista de edifícios, na década de 80, é mais um «ataque pessoal e miserável» a José Sócrates.
Em declarações ao PortugalDiário, Augusto Guedes, adiantou que no caso do primeiro-ministro «não há assinatura de favor porque seguramente que o senhor primeiro-ministro participou activamente nos projectos. Não tenho dúvida nenhuma. É mais um ataque pessoal e miserável», argumentou.
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«Se vasculharem, arranjam mais manchetes»
O presidente da ANET assegurou que do que «conhece» do caso não há qualquer «ilegalidade» cometida por José Sócrates e acusou o jornal Público de ter usado indevidamente as suas declarações. Ao jornal, Augusto Guedes, afirmou que a «assinatura de favor é uma fraude que devia ser criminalizada». Ao PortugalDiário explicou que falou em abstracto, conforme refere o jornal, e que as assinaturas de favor existem e são um «problema grave», mas que não se aplicam no caso do primeiro-ministro.
Questionado, o mesmo responsável explicou ainda que actualmente todos os projectos são «obrigatoriamente assinados» por engenheiros inscritos na ANET ou na Ordem dos Engenheiros, conforme a especialização, e que José Sócrates não estava inscrito na época, no entanto, essa mesma obrigatoriedade só existiu a partir de 1999. «Não há qualquer ilegalidade. Nem no uso do título de engenheiro», frisou.
O jornal Público noticiou, esta sexta-feira, que José Sócrates terá assinado numerosos projectos de arquitectura e engenharia relativos a edifícios na Guarda, ao longo da década de 1980, cuja autoria os donos das obras garantem não ser dele. O primeiro-ministro disse ao matutino que assume «a autoria e a responsabilidade de todos os projectos» que assinou e que a sua actividade profissional privada se desenvolveu «sempre nos termos da lei».
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