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A aposta que Passos fez com um flaviense

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Não foi no novo casino, mas no meio de uma concorrida arruada que o líder do PSD fez uma aposta especial

O sol abrasador aquecia a transmontana cidade de Chaves. No largo do Anjo, os «jotas» distribuíam bandeiras, ou melhor, deixavam que os apoiantes que ali esperavam Passos Coelho lhas tirassem das mãos mal saíam da carrinha. As canetas, essas mal se viam, tal era a velocidade com que desapareciam das mãos da jovem de camisola laranja. Mas o que as dezenas de pessoas ali concentradas queriam mesmo, era cumprimentar Passos Coelho. De tal forma que, quando o líder do PSD saiu do carro foi imediatamente engolido pela multidão.

O staff da campanha foi tentando criar um cordão de segurança em torno do candidato para tornar viável que a arruada progredisse e Passos Coelho fizesse o percurso pela Rua Direita e depois pela Rua de Santo António. «És lindo!», gritou uma adolescente ao ver o líder do PSD passar. «É verdade. É lindo é», responde uma senhora que se encontrava ali ao lado. «Conheço-o desde pequenino. É um homem muito charmoso».

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E Passos Coelho lá foi distribuindo charme pelas ruas de Chaves, debaixo de um calor que era mais do que calor humano e que o obrigou a tirar o casaco e pedia doses constantes de água. Cumprimentava quem estava nas lojas, acenava a quem estava nas janelas e varandas e não regateava beijinhos a ninguém. Quem vinha atrás da comitiva, furando por entre as dezenas de jovens e do cordão dos seguranças, lá conseguia «o prémio». «Já tive o meu beijinho. Nem imagina o que eu passar para chegar perto dele», contou-me uma senhora, com sorriso aberto, depois do tão desejado cumprimento ao líder do PSD. Como os jornalistas também andavam no meio da confusão, não é difícil imaginar a dificuldade que teve.

«Muita sorte». «Vamos ganhar». «Até os comemos!», foram alguns dos gritos com que os flavienses brindaram Passos Coelho. «Tire-me aquele homem de lá para fora», pediu uma mulher que se aproximou de Passos Coelho de braços abertos, referindo-se ao primeiro-ministro, José Sócrates. «Faltam nove dias para a gente ficar com um Governo a sério», respondeu Passos Coelho a um idoso que lhe expressou um pedido semelhante.

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Visivelmente feliz com a recepção em Chaves, Passos Coelho sentia-se em casa. Tal como durante a de manhã em Vila Realencontrou, amigos e conhecidos de outros tempos, dos tempos em que vivia em Trás-os-Montes. «Estás bem?», perguntavam-lhe. «Estou bem, estou bem», respondia sorridente.

Mais à frente, um homem aproximou-se e perguntou-lhe: «Qual é a diferença entre o PS e o PSD?». «Entre o PS e o PSD há 78 mil milhões de diferenças», respondeu-lhe Passos Coelho, referindo-se ao valor do empréstimo que a União Europeia, o FMI e o Fundo de Estabilização Financeira concederam a Portugal.

Pouco convencido com a resposta, o homem respondeu-lhe «no dia a seguir às eleições, os senhores vão juntar-se. E isto é tempo perdido». «Não vamos não», assegurou-lhe Passos Coelho.

«Vão, vão», insistia o homem. «Quer apostar comigo», perguntou em seguida. «Está apostado» disse Passos Coelho, dando-lhe um aperto de mão para selar a aposta. «Mas eu já sei que vou ganhar [esta aposta]», disse o líder do PSD, que continua a garantir que não fará coligação com o PS.

Fica ainda por saber qual será o resultado da aposta, mas enquanto o dia não chega, é tempo de continuar em campanha. E foi o que fez Passos Coelho. Continuou a distribuir abraços e beijinhos e no final cumpriu a tradição de subir para um qualquer sítio alto para se despedir dos apoiantes. Desta vez o poiso foi uma cadeira e, à moda antiga das campanhas, de megafone em punho, porque a voz já esteve melhor, agradeceu a recepção dos flavienses e sobretudo dos jovens, que de imediato se manifestaram e começaram a gritar ainda mais alto do que o habitual.

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