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«Não douramos a pílula por causa das eleições»

Passos Coelho promete que tentativa de redução do défice e dívida não será abandonada em período eleitoral

Antes, Passos Coelho garantiu que, além da redução do défice e da dívida, também as reformas estruturais na economia «correspondem a uma estratégia de médio e longo prazo», que «não vão passar simplesmente pela ausência de pressão externa» e de ter terminado a assistência da troika. «É aos portugueses, no essencial, que devemos esta capacidade para sonhar hoje mais alto, mas é também à determinação e à estratégia que temos prosseguido. Devemos não andar aos ziguezagues e a minar a confiança que os portugueses merecem que seja elevada a um novo patamar», concluiu. O chefe do Governo afirmou que isso se deveu «a uma progressiva mudança de mentalidades, quer no setor público, quer no privado» e deixou várias referências implícitas a anteriores governos do PS. No mesmo sentido, Passos referiu que hoje «há mais investimento sem subsidiodependência», «procedimentos mais transparentes» no funcionamento do Estado e uma economia com empresas «mais produtivas» e que não vivem «da cumplicidade das amizades políticas» ou «das influências com o Governo».

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O presidente do PSD afirmou que o Governo mudou o perfil estrutural da economia ao longo do mandato e garantiu que não abandonará os objetivos de redução do défice e de controlo da dívida em ano eleitoral.

Pedro Passos Coelho discursava, em Lisboa, numa sessão organizada pelo PSD no âmbito das jornadas «Consolidação, crescimento e coesão», promovidas pelos sociais-democratas em vários pontos do país até ao final de janeiro.

O primeiro-ministro recordou que a correção dos desequilíbrios externos foi conseguida e que, do ponto de vista da economia do país, houve «uma grande correção», à qual «falta corrigir o desequilíbrio do desemprego».

«No plano externo foram corrigidos, temos registado excedentes do ponto de vista da nossa balança externa», afirmou, acrescentando que, internamente, o forte desequilíbrio herdado, superior a 10% em 2010, chegará este ano «claramente a menos de 3%».

Numa intervenção centrada na defesa do rumo seguido pelo Governo, Passos Coelho defendeu que aqueles que têm responsabilidades «não podem ir mudando de opinião à medida que o tempo vai passando e que a opinião pública vai evoluindo nas suas perceções».

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«Os que atuam dessa maneira perdem toda a credibilidade. Nós mantivemos sempre o nosso rumo. Dissemos sempre que Portugal, para crescer, não pode ter um Estado tão endividado, um Estado demasiado endividado vai buscar demasiado dinheiro aos impostos. Por isso, fazemos tanta questão na redução do défice e no controlo da dívida e não abandonámos essa visão, não a estamos a suavizar, não estamos a dourar a pílula apenas porque nos aproximamos de um período eleitoral».

Já em relação à despesa, o presidente do PSD advertiu que «não pode crescer mais do que o rendimento» e que essa deve ser «uma espécie de regra de ouro para a sociedade».

«Temos conseguido no essencial atingir os objetivos a que nos propusemos», afirmou Pedro Passos Coelho, referindo que o clima de negócios está melhor e, em setores como o turismo ou a inovação, «têm sido batidos recordes atrás de recordes».

O chefe do Governo citou depois um seu familiar, que não identificou, para defender que a sociedade se deve empenhar para alcançar o «limiar crítico» para «dar o salto para outro nível de crescimento e de bem-estar» e «ganhar confiança para fazer o que falta» no país.

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«Aqui há muitos anos, uma pessoa de família, uma pessoa antiga, que teria mais de cem anos, costumava dizer-me quando era garoto: olha menino, o que custa é ser rico, de rico a riquíssimo é um instante! Claro que nem sempre é assim, mas esta imagem serve para ilustrar que há um limiar crítico que está associado ao crescimento e ao desenvolvimento, que quando não é atingido nunca nos permite sair da pobreza e da dívida».

O líder do PSD também afirmou que o Governo tem conseguido «acabar com o mito de que apenas certos setores políticos» defendem o Estado social, considerando que este «está fortalecido» e funciona com mais transparência.

«Temos conseguido acabar com o mito de que apenas certos setores políticos conseguem dar expressão à preocupação com o Estado social, ele estava em rutura há três anos e meio, está hoje fortalecido, com menos dívidas, seja na saúde, na área social, e ao mesmo tempo com mais vitalidade, mais rigor e mais exigência do que existia».

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«Não usámos o poder do Estado para lançar anátemas sobre profissões, corporações e sobre os portugueses, conseguimos sempre distinguir os mais ambiciosos dos que foram conquistando privilégios ao longo dos anos, essa foi uma mudança sentida pela generalidade das pessoas».

O presidente do PSD defendeu que é preciso «continuar a estimular a poupança» e que o novo Banco de Fomento (Instituição Financeira de Desenvolvimento) será importante para «melhorar o perfil de capital das empresas» e na utilização dos fundos europeus nos próximos sete anos.

Na sua intervenção, Pedro Passos Coelho abordou a maior flexibilização da Comissão Europeia no que respeita ao investimento, de que Portugal poderá beneficiar por já não estar sob procedimento por défice excessivo, para criticar implicitamente o PS.

«Aqueles que não querem ter as dores de ter menos de 3% de défice, gostariam que pudéssemos ter toda a flexibilidade do mundo sem nunca ter a responsabilidade para a poder utilizar. A coerência vale muito», concluiu Passos Coelho.

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