Pedro Passos Coelho classificou as medidas anunciadas recentemente pelo executivo socialista para sair da situação de défice excessivo como um elogio ao seu governo. Numa entrevista publicada na edição de hoje do jornal Público, que se vê como "líder do maior partido da oposição nos próximos dois anos" e, nessa medida, como "candidato a primeiro-ministro".
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“As medidas que foram anunciadas valem 0,027% do PIB (Produto Interno Bruto) – 46 milhões (de euros) é, portanto o que nos separa de ter um défice excessivo. Isso parece-me o maior elogio à política que fizemos.”
Sobre o sentido de voto do seu partido em relação ao Orçamento do Estado para 2016, disse que aguarda a apresentação do documento.
Passos apontou o que disse serem os “dois grandes problemas” do país. Um, “consolidar o caminho de desendividamento e de recuperação económica”; outro, “o combate às desigualdades sociais”.
Sobre este último, o ex-primeiro-ministro justificou: “Somos um país profundamente desigual e as coisas não melhoraram com a situação difícil que vivemos nos últimos anos”.
Quanto os novos acordos à esquerda, que permitiram a formação de Governo, acusou o PS de estar, “de facto, muito próximo do PCP e do BE”, devido à sua nova geração de dirigentes.
“O PS hoje está, de facto, muito próximo do PCP e do BE porque pensa que o papel do Estado, o papel da economia, o papel da sociedade civil devem ter uma configuração diferente.”
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“Vejo-me nos próximos dois anos como líder do maior partido da oposição e, nessa medida, como candidato a primeiro-ministro”, afirmou o ex-chefe do Governo, na entrevista realizada pelas jornalistas Áurea Sampaio e São José Almeida.
Passos Coelho falou ainda do “relacionamento francamente bom” com o CDS-PP, mas, quando questionado sobre a possibilidade de uma fusão entre os dois partidos, rejeitou a ideia.
“São partidos em que cada um tem o seu espaço próprio e por essa razão é que pode haver relevância em que constituam coligações e até possam fazer uma frente eleitoral em circunstâncias particulares, mas creio que ninguém no PSD ou no CDS está interessado numa fusão dos partidos.”
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