Pedro Passos Coelho defende que se deve respeitar a soberania dos Estados e, por isso, espera para ver quais os resultados do referendo na Grécia. O primeiro-ministro português recusa, no entanto, que haja falta de solidariedade europeia para com os gregos dado o desfecho em que resultaram as negociações.
"Não acho que haja falta de solidariedade. A Grécia recebeu das instâncias europeias, incluindo países da zona euro, mais de 200 mil milhões de euros, se contarmos com FMI, muito perto daquilo que é o seu PIB, o que não aconteceu em mais nenhum país da Europa. A Grécia tem tido de uma forma muito concreta, uma expressão clara da solidariedade europeia".
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A saída do euro já esteve mais longe de ser uma realidade e a falta de acordo para isso não acontecer, não surpreendeu Passos Coelho, que não descarta uma onda de choque.
Portugal não é apanhado desprevenido"Não haverá consequências não posso garantir, evidentemente. A situação é muito difícil. Não se pode dizer que fosse uma absoluta surpresa. Todos sabíamos que, desejando que as negpciações podiam e deviam acabar bem, também sabíamos do risco que pudessem não ter esse desfecho"
O primeiro-ministro relativizou a subida das taxas de juro e a queda acentuada da bolsa, em Lisboa, esta segunda-feira, dizendo que é "natural" que haja volatilidade nos mercados. E insistiu que o Estado tem dinheiro nos cofres, "durante vários meses".
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Sobre as declarações do Presidente da República - que disse que se a Grécia sair do euro, 18 países ficam -, Passos Coelho disse que não ouviu as palavras de Cavaco Silva. Contudo, "o que importa é reforçar coesão dos países da zona euro", sendo que "o mais delicado são as questões de natureza política".
"Tanto quanto possível, achamos que é importante politicamente a Europa manter a grande aposta neste projeto que é um projeto comum. Não é uma Europa à la carte, em que hoje se decide que fica, amanhã se decide que sai"
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