O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, assegurou esta quinta-feira que não se demitirá se o partido tiver um mau resultado nas autárquicas e, em matéria económica, considerou que não se enganou mas foi o Governo que alterou a estratégia.
Em entrevista à SIC, Passos Coelho garantiu que nunca lançaria instabilidade dentro do partido “a propósito de eleições que têm significado local e não nacional”.
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Eu nunca me demitiria de líder do PSD por um mau resultado autárquico”, assegurou, acrescentando que tal não significa descartar responsabilidades pelo processo e voltou a apontar como meta o PSD conquistar o maior número de câmaras e juntas de freguesia.
Numa entrevista dominada pela política económica, Passos Coelho foi várias vezes questionado se, perante indicadores positivos da economia portuguesa, reconhecia que se enganou nas suas previsões.
Críticas a MarceloMas não me enganei, o Governo é que mudou de estratégia. Se o Governo tivesse chegado ao final do ano com os resultados que tinha prometido com a estratégia a que se propunha, ‘chapeau’”, disse, acrescentando, ainda assim, que prefere que essa alteração tenha acontecido e permitido cumprir as metas orçamentais.
O líder do PSD afirmou que teria gostado de ver o Presidente da República defender a “credibilidade e independência” do Conselho de Finanças Públicas, mas considerou que Marcelo Rebelo de Sousa tem cumprido o seu papel.
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Eu teria gostado de ver o Presidente da República defender a independência do Conselho de Finanças Públicas e a idoneidade da sua presidente, a dra. Teodora Cardoso, quando foi fortemente atacada pelos partidos da maioria, pelo Governo e até pelo primeiro-ministro”, afirmou Pedro Passos Coelho, em entrevista à SIC.
Questionado se entende que o chefe de Estado tem estado demasiado “colado ao Governo”, o líder do PSD respondeu que Marcelo Rebelo de Sousa “está num plano diferente” dos partidos e “tem cumprido” a função de cooperação com os restantes órgãos de soberania.
Julgo que o Presidente da República tem cumprido com o papel de não faltar com a cooperação ao Governo”, afirmou, dizendo deixar “para os comentadores” outro tipo de análises.
No entanto, Passos Coelho disse querer fazer “uma observação” sobre a atuação do Presidente da República, considerando que “fortalecer as instituições independentes” era um papel que “poderia desempenhar bem”.
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Podia ter defendido a credibilidade e independência do Conselho de Finanças Públicas porque isso não é matéria de jogo partidário, precisamos de instituições independentes e fortes”, afirmou.
Em entrevista ao Público e à Rádio Renascença no início de março, Teodora Cardoso disse duvidar da sustentabilidade das medidas que o Governo usou para conseguir reduzir o défice de 2016 para 2,1% do Produto Interno Bruto (PIB).
“Até certo ponto, houve um milagre”, disse a presidente do Conselho de Finanças Públicas, considerando que a incerteza em relação à sustentabilidade da redução do défice, aliado a um passado de saída e posterior reentrada em défice excessivo, leva os mercados a não valorizar os resultados.
Questionado na altura sobre estas declarações, o Presidente da República considerou que a redução do défice em 2016 é o resultado de “um esforço muito grande dos portugueses desde 2011/2012” e não de "um milagre".
"Milagre este ano em Portugal só vamos celebrar um que é o de Fátima para os crentes, como é o meu caso, tudo o resto não é milagre. Saiu do pelo e do trabalho dos portugueses desde 2011/2012”, afirmou então Marcelo Rebelo de Sousa.
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