Foram curtos discursos vitória, como curta foi a vitória da coligação Portugal à Frente, que ambicionava "uma maioria sem sobressaltos no Parlamento".
É Passos Coelho que admite, perante uma sala cheia de militantes e apoiantes do PSD e CDS-PP, que esse não é o cenário atual e, por isso, vai procurar acordos com o PS na Assembleia da República:
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"Iremos contactar o Partido Socialista para junto do PS procurar os entendimentos indispensáveis para as reformas estruturais que o país precisa".
"Iremos dizer ao Presidente da República que estamos disponíveis para governar" , até, porque, "tarefa mais emergente agora é dotar o país de um Orçamento de Estado".
Para repetir uma frase que disse várias vezes em campanha, Passos Coelho insistiu na tónica do "vencedor": "Seria estranho que quem ganhasse as eleições não pudesse governar". E "não é por não termos tido maioria que não daremos o melhor de nós", concluiu.
Num discurso mais virado para o que a coligação se propõe fazer no Governo do que para a análise política da noite eleitoral, o presidente do PSD voltou a frisar a devolução de parte da sobretaxa, "tal como constava no Orçamento do Estado para 2015".
Antes de Passos, discursou o líder do CDS-PP para deixar claro que "não é possível transformar uma derrota nas urnas numa espécie de vitória de secretaria".
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"A diferença entre coligação e PS andará pelos 7%."Vencemos as legislativas com cerca de 39% dos votos".
"A larga maioria do Parlamento continua a ser formada pelos partidos do arco da governação", afirmou ainda, para deixar um recado aos grupos parlamentares mais à esquerda: "Engana-se quem pensa que o radicalismo serve para governar um país".
Portas disse ainda que "os portugueses quiseram, com total clareza que PSD e CDS sejam governo por mais quatro anos, mas não nos deram uma maioria absoluta de mandatos. Saberemos ler e respeitar essa dupla circunstância", sublinhando que tal implica um esforço para uma "política responsável, de abertura e de compromisso". As intervenções dos líderes da coligação terminaram com o hino nacional, sem lugar a perguntas dos jornalistas e a festa em que se tinha transformado o hotel em Lisboa, usado como quartel-geral da coligação, rapidamente desmobilizou.
Sem a confirmação da maioria absoluta - e com chuva lá fora - os militantes que acorreram ao Sana Hotel rapidamente voltaram para casa.
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