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O Ministro da Saúde assegurou esta segunda-feira que, em termos nacionais, a prioridade continuará a ser dada aos tratamentos oncológicos, mas destacou a necessidade de maior prevenção, durante a inauguração de uma exposição que incentiva os jovens ao diagnóstico antecipado.
Preparada pelo Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (Ipatimup), a exposição vai estar patente na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, até 30 de janeiro, e destina-se sobretudo a alunos do ensino secundário.
A iniciativa «Cancro ponto e vírgula» pretende aumentar a literacia dos mais jovens em relação aos problemas da saúde e do cancro, estimulando o conhecimento sobre a sua prevenção e o diagnóstico precoce.
Estas são, de resto as áreas apontadas pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, e pelo diretor do IPATIMUP, Sobrinho Simões, como as mais preocupantes no âmbito do combate ao cancro em Portugal.
«Há uma prioridade muito clara para a intervenção cirúrgica na área oncológica, salientada quando saíram últimos resultados do SIGIC [Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia] e dos tempos médios de espera, depois disso houve uma recuperação destes tempos, que baixaram na área oncológica.»
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Como exemplo, apontou a autorização dada aos hospitais da Universidade de Coimbra para adquirir um acelerador linear para fazer radioterapia, num investimento superior a 2,5 milhões de euros, tal como foi feito para os Institutos Portugueses de Oncologia de Lisboa e do Porto.
«Não temos qualquer dúvida de que, infelizmente, vamos ter aumento dos casos oncológicos. Já dizemos há vários anos, por isso estamos a reforçar a área da radioterapia e a área cirúrgica, mas sobretudo temos de olhar para a área da promoção e prevenção.»
«Os hospitais de cancro e os hospitais universitários são excecionalmente bons no tratamento. Temos mais problemas no diagnóstico precoce, porque pessoas não fazem rastreios», salienta o investigador.
Ao nível da cirurgia e das endoscopias, Sobrinho Simões considera que é possível melhorar se houver maior referenciação, «porque esses são os cancros curáveis», com uma probabilidade de cura de quase cem por centro.
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«Vamos ter de evoluir para a concentração de especialidades. Não podem ser todos os hospitais a operar o cancro da tiróide, têm de ser os que têm mais casos, que ganharam mais experiência, têm de concentrar os cancros.»
Nesta exposição interativa são abordados seis tipos de cancro: colo do útero, colón e reto, estômago, mama, pele e tiróide. Participam na iniciativa 20 escolas secundárias da área de Lisboa e cerca de 800 alunos, num programa que inclui visitas guiadas à exposição e sessões de discussão orientadas por investigadores e especialistas do Ipatimup, num ambiente de contacto informal.
No âmbito desta iniciativa foi também apresentado o livro «Cancro ponto e vírgula», preparado por seis cientistas e comunicadores do Ipatimup, que serve de guião da exposição, com perguntas e respostas sobre o tema.
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