O líder do CDS-PP, Paulo Portas, afirmou que, novas medidas de austeridade que o Governo apresentou esta quarta-feira, «nestas condições são inaceitáveis» para o partido.
«Tudo o que tem a ver com a subida de impostos e contribuições, de cerco à classe média, o Governo explicou. Quando ao que vai fazer sobre o seu próprio emagrecimento, ficou muito vago», criticou Portas.
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Para Paulo Portas, «ontem o Governo confessou o seu fracasso». «Andou anos a negar o endividamento, a dizer que tinha as contas públicas em ordem, a ignorar os alertas dos mercados», e agora «é com apenas aos mercados que está a responder», considera o líder do CDS». «O irrealismo do Governo conduziu o país a uma situação de quase protectorado, em que o soberano é cada vez menos o povo português, e cada vez mais o credor internacional».
Recusando avançar com um sentido de voto por «ainda não conhecer a proposta de Orçamento do Estado», Paulo Portas frisa que «um orçamento não pode ter apenas duas folhas» e, por isso, vai enviar ainda esta quinta-feira ao Governo uma lista de 40 perguntas. «Aquilo que o Governo entregou ontem, para nós não é aceitável, por isso o CDS vai ver a disponibilidade do Governo para fazer alterações».
Entre as questões colocadas, Portas quer saber como é possível o congelamento dos investimentos públicos em 2010 e depois querer construir TGV, a terceira ponte sobre o Tejo e o aeroporto.
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Questiona ainda que, num cenário de aumento de impostos, o Governo só corte 0,1 por cento nas empresas públicas, e quer saber a disponibilidade da José Sócrates para avançar com medidas mais duras neste sector. «O Estado exige mais aos cidadãos do que a si próprio», lamenta.
Em relação ao congelamento das pensões, Portas afirma que não está claro sobre quais incide esta medida e pede esclarecimentos.
Portas quer ainda saber se estas medidas agora anunciadas são suficientes para evitar a queda do rating da República.
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