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Portas: "Opiniões do FMI estão frequentemente erradas"

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“Portugal já não depende das opiniões do FMI", frisou o vice-primeiro-ministro que garantiu ainda que o défice ficará este ano, e pela primeira vez, abaixo dos 3%

O FMI salientou que há de Portugal não cumprir a meta do défice este ano "sem cortes adicionais da despesa" e que "é pouco provável" reverter a austeridade sem conter a despesa com salários e pensões. O governante lembrou que os portugueses trabalharam com patriotismo e sacrificaram-se muito para que o país recuperasse a sua autonomia e liberdade. Acrescentando que “uma coisa é sermos um dos países membros do FMI, como praticamente todos os países do mundo, outra coisa é dependermos dele e dos seus técnicos como um devedor depende de um credor”.

O vice-primeiro-ministro afirmou hoje que o défice ficará este ano, e pela primeira vez, abaixo dos 3%, depois de o Fundo Monetário Internacional (FMI) salientar haver um “risco tangível” de Portugal não cumprir essa meta. Já Passos Coelho deixou a garantia que o défice será atingido sem que sejam necessárias novas medidas de austeridade. 

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“Portugal já não depende das opiniões do FMI como outros países dependem ainda, as coisas mudaram para melhor em maio de 2014, porque Portugal cumpriu os seus objetivos, terminou o programa de assistência, não teve um programa cautelar, até teve a chamada saída limpa e vai, pela primeira vez, ficar com um défice abaixo dos 3%”, disse Paulo Portas à margem da sessão de comemoração dos 40 anos do CDS-PP, em Vila Real.

"um risco real"

Na declaração relativa à segunda missão pós-programa, divulgada hoje, no dia em que termina a visita a Lisboa, os técnicos do FMI consideram que "há um risco tangível de a meta do défice orçamental de 2015, de 2,7% do PIB [Produto Interno Bruto], não ser cumprida sem cortes adicionais da despesa".

Paulo Portas frisou que “podemos” ouvir as opiniões do FMI, mas essas opiniões estão “frequentemente erradas”.

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“Por vezes, acho que os técnicos do FMI têm certa saudade da autoridade que já cá tiveram [Portugal]”, adiantou.

Portugal atingiu os objetivos que tinha anunciado na comunidade internacional, lembrou. “Nem todos os países conseguiram aquilo que nós conseguirmos. Reavemos a nossa autonomia financeira, passámos a ser vistos como um país que conseguiu superar uma enorme dificuldade e aguentar a inevitável recessão após o resgate financeiro, passando para um ciclo de crescimento económico”, argumentou o governante.

Paulo Portas lembrou que, em 41 anos de democracia, o FMI já esteve três vezes em Portugal, por isso, do que depender do Governo, "não haverá uma quarta intervenção financeira".

“Há quatro anos foram bater à porta do FMI de mão estendida, mas hoje estamos de cabeça erguida a antecipar os pagamentos dos empréstimos porque somos capazes de ir buscar juros mais em conta aos mercados do que aqueles altos que foram negociados em desespero em 2011”, declarou.

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Paulo Portas realçou que Portugal vai crescer mais do que estava inicialmente estimado, mas necessita de crescer acima dos 2% nos próximos anos para criar emprego sustentável, moderar a carga fiscal e cumprir o serviço da dívida.

Por sua vez, Passos Coelho afirmou hoje, no Fundão, que o Governo não prevê novas medidas de austeridade para alcançar um défice inferior a 3%, o qual acha estar perfeitamente ao alcance do país.

“Os resultados que temos vindo a observar, quer em termos de execução orçamentar quer em termos de evolução da atividade económica, reforçam a nossa ideia de que o resultado que esperamos de ter um défice abaixo dos 3% está perfeitamente ao nosso alcance sem necessidade de novas medidas”, afirmou.

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